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Entrevista aos Baltum


De espírito revolucionário e raízes oriundas do Sul (Algarve e Alentejo), os Baltum surgem como uma propagação de melancolia inerente ao Death Metal Melódico. Diferenciam pela intensidade das letras, alternação entre ritmos rápidos e lentos e singram pelo efeito surpresa. Gravaram um álbum ao vivo, contando assim na bagagem com um LP e o mais recente EP, Losing Myself que chegou até nós a 11 de Agosto deste ano 2023 para nos deixar um gostinho das trevas até sermos presenteados com o sombrio LP no final do ano.

M.I. - Quais foram as principais influências que vos motivaram a criar os Baltum?

Baltum não se baseia maioritariamente em nenhuma banda, acreditamos. Somos mais influenciados por ambientes obscuros, melancólicos e melódicos. Estas características acabam por ser transversais a muitas bandas, tanto mais antigas como modernas. No meu caso (Marco S.), entrando a meio do projecto, fiquei agarrado às melodias melancólicas e riffs rápidos com raiva,  o que vai de encontro ao meu estilo e sonoridade de eleição.


M.I. - Quando começaram a banda, já tinham definido o próprio estilo ou foi algo que foi fluindo com a continuidade do projeto? 

No início da conversa com o Kenneth ele foi bem claro no que andava a compor e no que idealizava para se chegar a esse ambiente mais pesado, O caminho estava traçado de forma bastante simples e  clara. No entanto, foi um percurso que se revelou bastante mais complexo à medida que se iam adicionando pequenos pormenores aos temas já compostos. Com o decorrer do tempo e dos ensaios, todos os membros acabaram por dar o seu contributo para finalizarmos as composições. 


M.I. - Em pesquisa verificámos que escolheram o nome Baltum por ser um termo romano dado a uma comunidade piscatória no Algarve. Foi com o objetivo de representar a origem de alguns elementos da banda ou existem outras razões? 

Esse foi o nome escolhido pois Albufeira é a cidade que viu nascer este projecto,  é a zona de residência de alguns elementos da banda e é também  o local onde ensaiamos. Ao mesmo tempo, tivemos a intenção de honrar as origens da cidade. 


M.I. - As vossas letras são resultado de um trabalho conjunto ou é algum de vocês que está encarregue desse processo criativo? 

As letras foram criadas pelo Kenneth (Guitarra) e pelo Sérgio (Voz). Aquando da entrada do Sérgio, já tínhamos cerca de metade das letras concluídas. O Sérgio ficou, então, encarregado de escrever as restantes. Posteriormente à criação destas, todos têm uma palavra a dizer e podem ser feitos pequenos ajustes.


M.I. - Como se conseguem organizar tendo em conta o distanciamento entre vocês? 

A questão da distância nunca foi um problema, apenas o Sérgio não é residente no Algarve. Ele ensaia em casa com os instrumentais e os restantes elementos conseguem ensaiar juntos. Desde que todos estejam comprometidos e sejam responsáveis, iremos conseguir compor, ensaiar e tocar ao vivo com qualidade. Revelando um pequeno segredo, ainda não tivemos o privilégio de ensaiar todos juntos. Confiamos totalmente na dedicação e empenho de cada um de nós e é isso que nos tem feito crescer e seguir em frente.


M.I. - O que representa para vocês o Losing Myself e em que foi inspirado especificamente?

Losing Myself é uma amostra do que iremos apresentar no LP de estreia, Escolhemos as três músicas que melhor poderiam representá-lo, em apenas 15 minutos. Sentimos que necessitávamos de ter algum material de estúdio para divulgar a nossa sonoridade de forma mais eficiente. Como ainda faltam ultimar alguns pormenores para os nove temas do longa-duração, decidimos lançar este EP.
Esperamos que este lançamento incite a curiosidade do público e que seja a rampa de lançamento para uma boa receptividade ao trabalho que temos desenvolvido.
Losing Myself é um grito de reconhecimento no processo de perda da sanidade, Aquele momento em que sabemos que todos os limites foram ultrapassados, Já não somos nós, somos outra pessoa ou outra entidade e a nossa vontade já não entra na equação.


M.I. - O artwork do EP é algo que também nos desperta a atenção. O que pretendem transmitir e quem é o artista por detrás da obra? 

A imagem de capa foi sugestão de um amigo da banda que avançou essa proposta, assim que a vimos a escolha foi unânime. Pretendíamos uma imagem que fizesse a ligação com “Losing Myself”, uma das passagens da música “Darkest Corners”  e cujo tema é sobre alguém cuja mente é dominada por influências violentas e demoníacas num processo gradual que se vai agravando ao longo da música.


M.I. - Como tem sido a adesão da parte do público, tem correspondido às vossas expectativas ou acham que ainda é cedo para analisar?

Necessitamos de nos dar a conhecer um pouco mais a fim de obter maior feedback. Só ainda contamos com três concertos, tendo sido o primeiro  em meados de Dezembro do ano passado. Foi um concerto “privado” para um grupo de amigos, perto de Borba, Seguiu-se o Battle of the Bands em Portimão e o Inferno das Trevas, em Faro. O feedback tem sido muito positivo, especialmente no último concerto, onde já estávamos mais confiantes e tínhamos público direccionado para a nossa sonoridade. Nas redes sociais, bandcamp e youtube também temos tido feedback bastante positivo, Têm surgido alguns comentários/partilhas gratificantes e encorajadores. Já estamos a aguardar a adesão à maioria das plataformas digitais como o Spotify, Apple Music,etc.


M.I. - Com o que poderemos contar no LP que está neste momento a apurar? 

Será composto por nove faixas e, em termos de temática e sonoridade, todas elas alinhadas com o “Losing Myself”, Embora haja uma homogeneidade transversal, confiamos na variedade e qualidade que tentamos cunhar na nossa música e acreditamos que irá agradar bastante a quem desfrutou do lançamento de estreia. 
 O álbum está praticamente concluído, faltando apenas finalizar alguns pormenores numa das músicas, seguindo depois para produção com o João Ruivo. Contamos lançar o LP  até ao fim do ano. Todos os esforços estão a ser nesse sentido.


M.I. - Concertos agendados para breve? O que podem partilhar connosco neste momento?

Para breve temos o Faro Alternativo 13. Vamos abrir as hostilidades na noite de 6 de Outubro, onde teremos o prazer de partilhar palco com Soul of Anubis, Sphinx, Redemptus, Miss Lava e Bizarra Locomotiva. (juntem-se a nós!) Temos algumas propostas em cima da mesa mas ainda carecem de confirmação. Fiquem atentos.

Ouvir Baltum, no Bandcamp

Entrevista por Clara Nunes