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Besta - “Terra Em Desapego” Review



Bastou apenas uma década para que esta banda alcançasse um lugar de destaque no underground nacional. O mérito é todo deles, deve referir-se. Construindo o seu historial alicerçando-o com bons registos discográficos, é nas suas atuações ao vivo que os Besta vão ganhando cada vez mais adeptos. Isto porque é difícil encontrar alguém que assista aos seus espetáculos sem que fique impressionado pela descarga de energia que neles acontece.

Este novo álbum é de viragem, ou pelo menos parece querer seguir numa outra direção. Uma das principais surpresas reside na sua própria composição. Já não temos os habituais vinte minutos de música, divididos por quase duas dezenas de temas, como acontecia nos anteriores álbuns. Terra Em Desapego é composto por apenas sete faixas, porém, oferece-nos cerca de quarenta e um minutos de death metal com uma qualidade assinalável.

Quem se encontra familiarizado com a música dos Besta vai achar este álbum mais trabalhado. Mais guitarras, não tão direto e até a voz de Paulo Rui se torna mais percetível. As letras, essas, continuam em bom português e a apostar na crítica social. Basta atentar no título de algumas das músicas para o percebermos de imediato: “A Colónia dos Mentirosos” e “Sector Parasita” são apenas dois exemplos.

Terra Em Desapego é uma bela surpresa. Foi lançado no passado dia quatro de agosto e dele já foram extraídos dois singles: “Sector Parasita” e, mais recentemente, “Olhar Seráfico”. Este novo álbum é claramente um piscar o olho a outro público, o que na minha opinião é uma aposta ganha. Estes sete novos temas demonstram que os Besta se movimentam bem dentro de outras sonoridades, o que, se nos focarmos nos elementos que compõem a banda e na sua experiência, não nos deve causar estranheza.

Mais um bom álbum, portanto, a provar que os Besta continuam em crescendo, no que à qualidade dos seus álbuns diz respeito.

Nota: 8.4/10

Review por António Rodrigues