Mesmo com a enorme quantidade de cores ainda disponíveis, os Baroness não usaram nenhuma desta vez para o nome deste trabalho, que se intitula simplesmente STONE (propositadamente em maiúsculas). Olhando para a capa percebemos imediatamente pelo artwork que se trata de um registo dos Baroness – está lá o traço de John Baisley - e quando o escutamos também. Embora a banda se esforce por não se repetir, aquela sonoridade tão característica está lá. Quer seja através da bateria, que se revela tão importante na sua música, ou no baixo, que não se limita a seguir ninguém, mas que, pelo contrário, parece ter o seu próprio caminho para percorrer.
Neste novo álbum encontramos alguns temas com nomes de flores e tal como acontece com elas, também a criatividade deste quarteto floresce, oferecendo-nos músicas como “Beneath the Rose” e “Magnolia”. Há ainda uma intro em viola acústica intitulada “Embers”, para logo de seguida sermos brindados com uma das melhores faixas deste novo STONE. Falo de “Last Word”, que é um tema poderoso logo a abrir este álbum. Sensivelmente a meio, nova oportunidade de acalmar os ânimos ao som da viola de caixa com “The Dirge”.
Este é um álbum cheio de emoções. A maioria dos temas foi composto em plena pandemia e isso pode ter sido determinante para alguma raiva que se sente neste trabalho. O porquê de apenas sair agora, no ano de 2023. Bem, Gold & Grey, como já referi, é de 2019 e por outro lado, os Baroness têm a sua própria editora, a Abraxan Hymns e não devem satisfações a ninguém. O tema em que podemos escutar mais claramente a voz de Gina Gleason é “Magnólia”, que tem um início mais calmo que as restantes músicas. Em todas as outras a sua prestação vocal é completamente abafada pela de John Baizley.
Um trabalho como este merece uma mistura à altura e ela foi feita por Joe Barresi, que já trabalhou com os Kyuss e os Alice in Chains, por exemplo e também por Bob Ludwig, a lenda viva que já colaborou com os Led Zeppelin e Nirvana.
STONE termina como começou, com guitarra acústica. Pelo meio temos uma viagem pelo rock/metal progressivo que vale mesmo a pena fazer, pois este sexto trabalho dos Baroness - com data de lançamento marcada para 15 de setembro -, é realmente bom. Palavra de metaleiro.
Nota: 8.9/10
Review por António Rodrigues