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Aetherian - "At Storms’ Edge" Review


O álbum abre com o instrumental em sintetizadores, “Forgotten Oaths”, lembrando o início do segundo longa duração dos Trivium, Ascension. Segue-se diretamente a entrada para “Army of Gaia”, um tema orquestral na tradição dos Nightwish. Este começa com a voz narrada, antes de seguir para os grunhidos, lembrando variação de registo vocal de Jari Maenppa dos Wintersun, sendo a distinção que os Aetherian contam com a dupla vocal de Kostas Mexis e Panos Leakos. 

A sonoridade em “ΠΥΡ AENON” torna-se mais focada, sem orquestração, com as guitarras num som gémeo a lembrar, mais uma vez, Trivium, com os coros a acompanhar a voz principal. A música é agressiva, acompanha a letra que narra temas apocalípticos e guerreiros, que é a temática lírica seguida ao longo do disco. A guitarra solo brilha num curto momento antes do fim, pontuando o fim da descarga dos primeiros temas, terminando assim o seu crescendo.

Um arpejo de guitarra inicia o tema-título, seguido da marcha das guitarras distorcidas e da bateria; a voz de Panos Leakos aqui lembra a de Sean Zatorsky dos Sinsaneum em Echoes of the Tortured (2016). Infelizmente, na mistura o baixo de Kostas Mexis desaparece salvo num tema, sendo esse o aspecto mais negativo do álbum em termos de som, dado que todos os restantes instrumentos estão equilibrados. 

Com “Advent Dreams” temos um tema que relembra Lamb of God em termos de groove, no início, assim como Trivium nos tempos de Ascension e de The Crusade. Com efeito, parece existir uma clara inspiração por parte não só de bandas de tradição norte-americana (mais precisamente do New Wave of American Metal) como dos Dark Tranquility e In Flames, de tradição nórdica (do chamado death metal melódico). O breakdown com guitarras acústicas traz uma breve respiração ao tema, antes de prosseguir para o pesado final.

As orquestrações voltam em “Astral Breath”, com destaque mais uma vez para a guitarra solo e para o riff principal. Por sua vez, a guitarra acústica regressa no início de “Soulriver”, antes de entrar a voz de Panos Leakos; durante a brigde¸ temos um momento em que o baixo é realçado acompanhando o solo de guitarra. Com efeito, neste álbum os solos de guitarra, presumo de Angelos Maniatakos (sendo que o guitarrista convidado é Sokratis Alexiou), são extremamente bem executados e sempre ao serviço da melodia.

Por fim, “Starlit Shores” é um tema que segue a tradição dos Dark Tranquility, ao encerrar o álbum, é um dos temas mais fortes do mesmo. O solo de guitarra é muito bem conseguido e encerra da melhor forma o disco.

Claramente, os Aeteherian ao segundo disco vêm afirmar-se como uma banda que pretende expandir os horizontes daquilo que uma banda de death metal deve soar, misturando várias sonoridades em At Storms’ Edge. A bateria de Nikos Parotidis e os solos de guitarra são claramente um dos pontos altos do disco, por um lado. Por outro lado, temos a inspiração em diversos sub-géneros de metal, indo desde o power metal orquestral em “Army of Gaia” (que os aproxima de bandas mais modernas como os Mayan) ao death metal melódico em “Starlit Shores” (reminiscente dos Dark Tranquility e In Flames). Um álbum que merece ser ouvido repetidas vezes.

Nota: 9/10

Review por Raúl Avelar