E quem são os músicos por detrás das máscaras? Greg Burgess, dos Allegaeon, Nick Schendzielos, membro dos grinders Cephalic Carnage e dos thrashers Havok, só para mencionar alguns; e Pete Weber, também dos Havok e que também é o recentemente confirmado novo baterista dos Fear Factory. Portanto temos um trio de origens bastante diversificadas mas com algo em comum (um pouco como os três ditadores de quem se disfarçam). Mas, mais importante ainda, é que são três músicos de elevada categoria, algo que se revela muito rapidamente assim que se passa para lá da aparência da banda e de toda a comédia associada aos vídeos e ao nome dos temas, os quais, acrescente-se já, acabam por ser o único veículo para a banda transmitir a sua mensagem cómica de crítica social e política, visto todos os temas até agora compostos serem 100% instrumentais.
Seguindo então para o miolo da questão, ou seja a música em si, pode-se dizer que “equilíbrio” é a palavra de ordem neste “Wet Ass Plutonium”. Do princípio ao fim, os temas vão todos oscilando entre um pouco de prog, um pouco de thrash e um pouco de Metal da onda mais tradicional, mas nunca chegando ao ponto de se dizer que um tema é mais progressivo que outro, que existe uma balada aqui ou ali, ou que o tema X é o mais pesado onde a banda suprime as melodias. Não, todos os temas deste “Wet Ass Plutonium” têm um bocadinho de tudo aquilo que caracteriza a sonoridade da banda, sendo suficientemente autónomos uns dos outros para se distinguirem entre si. Outra coisa muito boa que aqui podemos encontrar é que o Trio não se importa de incorporar elementos fora do Rock e Metal na sua música (aqui já ao contrário dos ditadores de quem se mascaram e que não são lá muito atreitos a aceitar coisas diferentes daquilo que defendem), e isso nota-se bem nas influências latinas nos acordes de guitarra, o que não é muito de admirar para quem já ouviu as guitarradas de Greg Burgess nos Allegaeon; e dos elementos chillwave que subtilmente surgem como pano de fundo em temas como em “Air Force Fun” e “Anti-Saxxers (Mandatory Saxination)”, dando também uma vibe muito “feel good” dos anos 80-90. Por fim, temos uns deliciosos riffs e solos que irrompem a cada par de minutos durante o tempo de duração do álbum, como pepitas de chocolate no meio de um biscoito, sendo que uma boa quantidade deles foi executada pelo leque nada pequeno de artistas convidados.
Como segundo longa-duração dos Nuclear Power Trio, este disco segue as mesmas duas diretrizes do primeiro: chamar à atenção pela imagética do projecto e cativar o ouvinte pela qualidade do Rock Progressivo que aqui está. “Wet Ass Plutonium” é daqueles raros discos que não só se ouvem bem a qualquer altura, como até o podemos pôr a rodar em festas de aniversário ou até em convívios com familiares que torcem o nariz quando falam daquilo que chamam “música Roque”. Acima de tudo, cai às mil maravilhas em viagens de carro feitas em tempo quente este. Seja como for, ou como e onde o quiserem aproveitar, este álbum não desilude.
Nota: 8.5/10
Review por Tiago Neves
