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Nuclear Power Trio - "Wet Ass Plutonium" Review


No mundo atual em que as tragédias, alarmes e vicissitudes imperam é sempre uma lufada de ar fresco ouvir um projeto com um cariz marcadamente cómico. Os vários vídeos lançados por este projeto, criado por 2 músicos de Havok e um de Allegaeon demonstram isso mesmo, ao apresentar o trio vestido como Kim Jong-Un na bateria, Donald Trump no baixo e Vladimir Putin na guitarra. 

Neste disco o músico que mais consegue brilhar é mesmo Trump no baixo, embora neste momento, pelo menos para uma grande maioria dos americanos, não seja muito popular, no baixo ele é o rei dos procedimentos, apresentando ritmos com Slap Bass e solos que demonstram uma grande destreza no instrumento. Por sua vez Putin, prova ser uma guitarrista talentoso e consegue demonstrar a sua destreza técnica acima da média, sempre que é chamado a intervir. Quanto a Kim Jong-Un na bateria, demonstra ser o alicerce necessário para manter esta máquina musical em marcha.

Existe um álbum ao vivo de Frank Zappa intitulado Does Humor Belong in Music? E a resposta é um taxativo sim. Bandas com os Anthrax, especificamente na fase com Joey Belladonna, têm uma atitude jocosa na temática das suas músicas focadas em temas de banda desenhada, da qual os mesmos da banda são grandes apreciadores, e no fundo e isso que os distingue dos outros grupos do Big 4 do thrash metal. Outra banda que sempre marcou a sua carreira por um humor corrosivo são os Ugly Kid Joe, a começar pelo próprio nome que é uma reação ao nome da banda de glam metal Pretty Boy Floyd. E mais recentemente os suecos Freak Kitchen provam ser um trio composto por três instrumentistas fantásticos, neste campo eles não estão mesmo para brincadeiras, mas as suas letras são imbuídas com tanto humor, que é impossível resistir aos temas por eles criados.

E isto inevitavelmente leva-me a chegar à conclusão que os temas deste álbum, que são tocados na perfeição, com excelente produção e com a inclusão de convidados especiais para validar o mesmo, como por exemplo Chris Broderick (Ex-Megadeth, Ex-Nevermore, In Flames), simplesmente perdem a intensidade não tendo a vertente visual para os acompanhar. Se tirarmos a parte visual ao grupo o que nos resta é um disco muito similar aos apresentados pela escola da Shrapnel, nos anos 80 e 90. Este trabalho é muito similar ao que já foi gravado por Tony MacAlpine ou por Richie Kotzen há mais de 30 anos. 

Sem a parte visual e ao não ter letras que suportem a imagem preconizada pelos músicos, este trabalho perde a relevância e contundência, tornando-se assim irremediavelmente, apenas num bom disco de guitar hero, como os que eram produzidos pela editora supracitada. Isso por si só não é mau, mas também não chega para elevar este disco a um patamar superior. 

Nota: 6/10

Review por Nuno Babo