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Hell in the Club - "F.U.B.A.R." Review


Há alturas em que estamos mais predispostos para ver filmes com temáticas mais sérias tais como dramas ou thrillers, outras vezes temos mais pendor para ver comédias ou filmes de acção, em que o importante são os tiros e explosões e não propriamente o argumento ou mesmo a lógica da história.

Na música acaba por acontecer a mesma coisa, por vezes estamos dispostos a ouvir álbuns de rock progressivo com conceitos na maioria dos casos, demasiado etéreos para discernir, ou passagens musicais que acabam por ser supérfluas e existem apenas para engrossar uma narrativa desnecessária e prepotente. Noutras ocasiões gostamos apenas de ouvir um disco pelo puro prazer que nos dá. Um bom disco de Rock ‘n’ Roll é a coisa mais despreocupada e despretensiosa do mundo se for bem composto.

Power chords, ritmos de bateria bem compassados e potentes, riffs de guitarra fortes e apelativos, coros com melodias jocosas, fáceis de assimilar e que parece que à segunda vez que ouvimos, já cantarolamos quase de forma instintiva, como se fosse o refrão de We Are the Champions ou do único tema conhecido dos Chumbawanba intitulado Tubthumping (admitam que agora voz deixei a pensar).   

Neste que é o quinto trabalho de estúdio destes italianos, é bem patente a confiança e a desenvoltura com que interpretam os temas como se a seriedade de um monge tibetano, e a atitude abrasiva de um puto de 15 anos, coexistissem na mesma pessoa. 

Com gravação, masterização e mistura bem definidas e equilibradas a cargo de Simone Mularoni dos lendários DGM, banda de rock progressivo italiana, dos quais recomendo vivamente a audição do álbum Dreamland, para perceberem como é que se faz um disco complexo, sem se cair nos malabarismos desnecessários de bandas como os Dream Theater.

Como é evidente na audição deste trabalho estes senhores não escondem as suas influências, que vão deste Motley Crue, Hanoi Rocks (todas as bandas de Glam Rock dos anos 80 têm directa ou indirectamente influências destes finlandeses), até bandas mais recentes como Hardcore Superstar ou Crashdiet. 

Este trabalho não vos vai dar um doutoramento em ciências da natureza ou Física Quântica, mas se quiserem apenas abstraírem-se dos problemas o dia-a-dia, então este disco é o indicado.       

Nota: 7/10

Review por Nuno Babo