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Behaviour - "Rex Imbecilic" Review


A história da música está repleta de bandas que nunca saíram da sala de ensaios, ou que lançaram apenas demos na carreira, nunca tendo oportunidade para lançar um álbum. As razões para isto acontecer são várias, poderá ser desde uma simples falta de oportunidade até ao facto de ser apenas uma brincadeira entre amigos, que nunca pensaram em serem músicos profissionais. Na atualidade com o advento das tecnologias de informação, é muito fácil compor, gravar e editar um álbum com pouco ou nenhum apoio externo e de forma global, com todas as valências e vicissitudes que isso acarreta.

Esta banda brasileira oriunda de João Pessoa, que teve o seu início em 1989, lançou 2 demos entre 1991 e 1992, edita o seu primeiro trabalho de longa-duração em 2023, uma ausência de 31 anos. Mas como diz o ditado “Mais vale tarde que nunca”.

Da formação original temos George Medeiros na bateria e Eduardo Jarry, que originalmente era baixista e vocalista do grupo, agora assegura apenas as vocalizações, com Eduardo Amorim no baixo e Thyago Trajano na guitarra.

O quarteto apresenta aqui uma mistura de regravações de temas originários das demos gravadas pelo grupo e de faixas de Forahneo (projeto death/thrash metal de Jarry). Numa entrevista que li, George fala na oportunidade que a banda teve para poder trazer estes temos para o século XXI. O maior elogio que posso dar é não se limitarem a regravar os temas, que são muito bem interpretados por todos, desde as vocalizações monstruosas, passando pelos solos de guitarra, bem estruturados, sem serem virtuosos, e melódicos sem serem cansativos.   

Em termos de sonoridade este projeto pode ser categorizado com death metal, mas apenas pelas vocalizações ímpias de Jarry, porque em termos de riffs e ritmos criados por esta banda os mesmos são de puro thrash metal. O importante a reter é que a combinação funciona na perfeição. 

Para dar mais relevância ao projeto, ou eventualmente para mostrar que mesmo só gravando demos nos anos 90, os Behaviour são uma banda já com algum reconhecimento, temos a participação de Kam Lee dos Massacre, Alex Kafer dos The Troops of Doom e de Fernanda Lyra das Crypta, cada um colocando o seu cunho nos temas em que participam.

A pergunta que podemos fazer é, se o grupo tivesse editado álbuns na década de noventa seriam tão reconhecidos como os Sepultura, ou pelo menos um fenómeno de culto com Sextrash ou Vulcano? Nunca saberemos, mas que se trata de um lançamento bastante personalizado e competente, isso sem dúvida.

Nota: 7/10

Review por Nuno Babo