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Vendetta - "Black as Coal" Review

 

Quando consultamos listas de álbuns subestimados de thrash metal é recorrente encontrar os primeiros 2 trabalhos destes alemães, Go and Live…Stay and Die de 1987 (está na minha lista de desejos, porque sim, eu ainda compro música em formato físico) e Brain Damage de 1988.

Depois de um breve e quase imperceptível interregno de 14 anos a banda volta ao ativo em 2002, pela batuta ou pelas cordas melhor dizendo, do seu baixista e único membro original, Klaus “Heiner” Ullrich. Pessoalmente sou grande apreciador de baixistas alemães, desde o tempo em que ouvi pela primeira vez Francis Buchholz, baixista que pontifica em grande parte dos trabalhos discográficos dos Scorpions. E este senhor é da mesma escola, tem uma presença bem marcada em todos os temas, seja a segurar o ritmo, ou mesmo a assumir um papel de liderança nas melodias e nos ritmos das canções, por cima das guitarras e da bateria, pois está ao nível, e número de canais de gravação idêntico se não superior, ao ocupado por guitarras noutras produções discográficas.

O álbum presenteia-nos com 11 temas de thrash e groove metal que me fazem lembrar os escandalosamente subestimados Grip Inc. de Dave Lombardo. Temáticas bélicas, permeiam vários temas, assim como a morte, ou a ameaça de vigilantes mascarados.

Uma das coisas que mais admiro neste trabalho é que independentemente de o mesmo só ter um membro da banda original, os integrantes da banda não caem na armadilha de modernizar demasiado o som da banda, como fazem por exemplo os Megadeth, mantendo uma toada cadenciada sempre baseada na composição de temas multifacetados, bem delineados, que quase prestam tributo ao som preconizado nos primeiros trabalhos, sem perder de vista a modernidade do contexto atual.

Quem sabe se na eventualidade de terem continuado a gravar com regularidade durante o período em que estiveram ausentes, se falaria agora destes senhoras com o mesmo respeito e reverência como se fala de Kreator, Destruction ou Tankard. Acho que não, porque os Accuser têm gravado sempre sem interregnos e continuam a ser muito subestimados ou mesmo desconhecidos por grande parte do público do metal. 

Prognósticos, à parte, este é um disco com composições muito acima da média, excelentes solos de guitarra, melodias incisivas que vão satisfazer o público ébrio por um bom disco de thrash metal que olha para o passado, mas não se deixa confinar pelo mesmo.  

Nota: 8/10

Review por Nuno Babo