Nove longos anos separam o novo trabalho dos Scar Symmetry do anterior "The Singularity (Phase I: Neohumanity)". Tal atraso deveu-se ao guitarrista e compositor do grupo, Per Nilsson, ter começado a tocar ao vivo com os Meshuggah e se ter tornado membro dos Nocturnal Rites, compromissos musicais que, segundo afirmou o próprio músico, fizeram-no relegar a sua banda para segundo plano durante uns tempos.
Este quinteto sueco é uma das mais interessantes propostas musicais inseridas no death metal melódico, criadas neste milénio, ombreando a nível qualitativo com os grandes nomes do género, e é um daqueles casos gritantes de uma banda que merece granjear um reconhecimento bem maior do que aquele que tem. Esta quase década de ausência nas lides discográficas, bem como a pouca atividade relativamente a concertos pode explicar um pouco o tardar da equiparação da banda a outros nomes maiores e mais regulares.
A banda apresentou no passado mês de junho um conjunto de onze temas, bastante sólido, que não traz inovação em relação ao que havia apresentado noutros álbuns, mas que irá agradar aos fãs de longa data e aos mais distraídos que ainda não tiveram oportunidade de tomar contacto com o death metal melódico, poderoso, técnico e extremamente catchy praticado por este grupo onde pontuam o virtuoso guitarrista Per Nilsson e o ótimo baterista Henrik Ohlsson, os únicos membros fundadores que continuam a defender esta proposta musical distinta, denominada Scar Symmetry.
"Chrononautilus" e "Scorched Quadrant", os dois primeiros temas deste LP, são fortíssimos e foram naturalmente os escolhidos para singles de apresentação, com o primeiro a distinguir-se pela sua velocidade e agressividade e o segundo pelo riff mais mid tempo e pelo refrão bem memorável e melódico. As faixas seguintes mantém praticamente o mesmo fulgor e um bom equilíbrio peso/melodia quer a nível instrumental quer vocal, cortesia do duo Lars Palmqvist/Roberth Karlsson. Momentos death metal, power metal e prog encontram-se ao longo dos temas, conferindo a dinâmica necessária à sonoridade melodeath contemporânea do grupo, de modo a que estes cinquenta e oito minutos de música não percam relevância ao longo do caminho.
Sendo este "The Singularity (Phase II: Xenotaph)" o segundo álbum da triologia que começou em 2014 com o mais melódico "The Singularity (Phase I: Neohumanity)", esperemos não ter que esperar até a próxima década para ouvir o terceiro.
Nota: 8.3/10
Review por Mário Santos Rodrigues