Muitas vezes quando pensamos num determinado género musical, associamos a mesmo a uma determinada região / país. Mississippi – Blues, San Francisco – Thrash Metal, Itália – Rock Progressivo Italiano também conhecido pela sigla RPI e no caso da Holanda o que vem à mente é o Death Metal. Bandas como os Gorefest, Pestilence, Asphyx, Antropomorphia, Soulburn e os Phlebotomized têm a sua génese no país das tulipas.
A banda esteve em hiato de 1997 até 2019 e este constitui o seu terceiro lançamento desde o regresso à atividade discográfica. Inicialmente preconizavam um som mais cru e agressivo sempre apoiado por teclados melódicos e cadenciados, e essa presença das teclas na estrutura das composições e não apenas como um reforço melódico, é a característica que sempre os distinguiu dos seus pares.
Atualmente têm por base o death metal melódico e soam como uma mistura entre Dark Tranquilly nas partes rápidas e os Crematory nos elementos de teclado e isto sem qualquer sentido pejorativo. Embora tenham algumas influências destas bandas, têm uma sonoridade distinta o suficiente para os demarcar dos demais.
O álbum está dividido em quatro partes e é baseado na obra de Esquilo, um dos mestres da tragédia grega. Repleto de arranjos orquestrais e teclados angelicais, pequenos interlúdios, tudo sustentado por uma ótima secção rítmica, e para complementar temos os sempre dilacerantes solos de guitarra, que tornam a experiência auditiva mais dinâmica e inevitavelmente mais satisfatória.
Embora numa primeira analise fiquemos com a ideia de que estão a esmorecer quando comparamos esta com a primeira fase da banda nada poderia estar mais longe da verdade, pois estes senhores continuam a ser audazes na maneira como compõem e ambiciosos na maneira como estruturam os seus lançamentos.
Nota: 7/10
Review por Nuno Babo