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Godflesh - "Purge" Review


Seria espectável que uma banda que é citada como influência por Fear Factory, Korn, Devin Towsend, Isis, Mike Patton, Neurosis, Metallica, Mortiis, Prong e Helmet entre muitos outros, fosse uma das bandas mais famosas do mundo, mas o que é um facto é que estes britânicos continuam a ser praticamente desconhecidos em comparação com grupos mais celebrados como Ministry ou Nine Inch Nails. Contudo este duo composto por Justin K. Broadrick (Guitarra, voz e programação) e G. C. Green (Baixo e programação) teve uma importância cabal no desenvolvimento da música industrial, tal como hoje a conhecemos.

Broadrick chegou mesmo a ser convidado para guitarrista de Faith No More aquando da saída de Jim Martin, assim como teve também convites para ingressar em Type O Negative e Danzig, tendo todos sido recusados por este músico, que ao gravar o álbum Scum dos Napalm Death, mas concretamente o lado A do mesmo, também se tornou pioneiro do grindcore. Broadrick é brilhantemente acompanhado por Green no baixo, conhecido pelas suas afinações tão graves, que mais baixas teriam que ser gravadas no manto terrestres.

A junção destes 2 músicos dá origem às paisagens sonoras aterradoras que permeiam todos os seus trabalhos discográficos e este não é exceção. Os oito temas que compõem este trabalho devem ser apreciados como um bloco, mais especificamente como um bloco de betão de 500 toneladas, capaz de pulverizar tudo no seu caminho. 

As letras do álbum têm tanto de parco como de niilista e misantrópico, o que assenta na perfeição com a parte instrumental, criando um ambiente soturno e claustrofóbico a cada audição.

Muito provavelmente será por terem esta honestidade criativa e se recusarem em tornar a sua música mais apelativa e comercial, que vão continuar a deambular na orla da fama e do reconhecimento do público em geral. Mas quem grava discos com esta intensidade visceral, não precisa de provar nada a ninguém.

Nota: 8/10

Review por Nuno Babo