O metal épico é um dos subgéneros que mais polariza os fãs de metal, existe uma cisão entre apoiantes e detratores acérrimos do estilo. Muitas bandas ficam presas à mensagem que preconizam ao ponto de se tornarem paródias de si próprios, como é o caso dos Manowar.
Acredito poder afirmar que o género teve o seu início e simultaneamente o apogeu no tema Stargazer dos Rainbow. Os pupilos de Ritchie Blackmore, liderados pela mestria lírica do inimitável Ronnie James Dio conseguiram em apenas 8 minutos e 26 segundos de inspiração no seu estado mais puro, criar um mini épico ao nível do melhor filme de Conan o Bárbaro.
Ouvindo apenas a música numa simbiose perfeita com a letra de Dio conseguimos imaginar uma batalha épica, num qualquer reino mitológico, que sofre sob o jugo de um rei despótico. A partir daí surgiram múltiplas cópias, mas nenhuma que conseguisse eclipsar ou sequer chegar perto do original. Acredito que foi quando Joey DeMaio era técnico de pirotecnia dos Black Sabbath que, ouvindo aqueles temas noite após noite, teve a inspiração para criar as temáticas preconizadas na sua própria banda.
Este álbum que engloba na sua estrutura temas de espiritualidade, luta contra demónios, abnegação e fé, corre o risco de se tornar repetitivo, como a mesma rapidez que nos prende a atenção com as suas melodias e guitarras geminadas. Sendo apenas o quarto trabalho desta banda, que já existe desde 1983, não se denota um desgaste observado noutras bandas do estilo como é o caso dos Stryper, pelo menos, nos últimos dois trabalhos de estúdio.
O álbum é produzido por Ken Mary, baterista da banda e isso traz consigo um problema óbvio, a bateria está muito alta em relação resto da instrumentação e além disso, embora seja um músico fabuloso, o som da bateria é seco e com manifesta falta de dinamismo, o que prejudica a intensidade da música.
Em suma é um álbum que vai agradar aos fãs do estilo da mesma maneira que vai dar mais argumentos para os seus maldizentes.
Nota: 6/10
Review por Nuno Babo
