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Extreme - "Six" Review



Nuno Bettencourt e os Extreme regressaram às gravações com o álbum "Six", após 15 anos desde "Saudades de Rock", o anterior álbum da banda. Não é que eles andassem desaparecidos....principalmente o "nosso" português Nuno Bettencourt que aparece regularmente na crista da boa onda de qualquer género musical a que se dedique. A pretexto deste último álbum, Nuno Bettencourt tem tido especial destaque em várias revistas de música, nomeadamente do mundo da guitarra.

Então vamos lá deixar cair a agulha neste "Six" e soltar as palavras possíveis para o descrever.  O selo de qualidade é entregue logo no primeiro tema "Rise", que garante um arranque enérgico e com um refrão de levantar estádios. Grandes riffs de guitarra, uma voz a lembrar Cornell, bateria e baixo colados organicamente. Que grande som! E eis que acontece o primeiro solo de guitarra. Amor à primeira audição. Nuno Bettencourt não é um shredder qualquer...a velocidade que toca é proporcional à musicalidade que transborda. Saímos do solo e a música torna-se ainda melhor, como que por magia. O feiticeiro Bettencourt e as suas poções não se ficam por aqui, obviamente. Riffs bem sólidos e solos electrizantes, ricos em estilos e tonalidades, atravessam todo o álbum. É que até as músicas "fofinhas" conseguem cativar graças ao inconfundível som e solos de guitarra, essenciais para esta elevação de algumas músicas a um patamar de excelência. Um exagero eu sei. Um grande exagero de virtuosismo de Nuno Bettencourt. Não me canso de ouvir e de vos dizer. Voltando às músicas e ao álbum, depois de "Rise" temos "Rebel" com um poderoso riff e refrão muito redondo, com mais um solo de guitarra a fazer levitar toda a música. A terceira música, actualmente a mais ouvida no Spotify, "Banshee" é sem dúvida aquela que o refrão fica imediatamente no ouvido. Gary Cherone está a cantar como nunca e, tal como a guitarra de Nuno, a voz está doce e poderosa. Perfeitamente colocada a servir a melodia, com alma. É um gosto ouvir Cherone. "Other SIDE of the Rainbow" abranda o ritmo, mais meloso e acústico. Ao que segue "Small Town Beautiful", que nos embala em guitarras acústicas e belas melodias cantadas por Cherone e Nuno Bettencourt. Com "The Mask" entramos em terreno hard rock com umas boas malhas de baixo e bateria a dar o mote. Em "Ticker Than Blood", destaca-se o solo de guitarra e o groove da música, apesar de não ser das mais vibrantes, tal com "Save me". Para os fãs de Extreme acústico "Hurricane" é a música do álbum para ouvir enquanto se vê o pôr do sol ou o luar de verão a refletir no mar. "X Out" tem uma sonoridade mais electrónica, contemplativa e mística. "Beautiful girls" é candidata a música de verão 2023...para ouvir com os pés na areia, pele salgada e cerveja na mão! Era bom que todas as músicas de bares de verão fossem assim, bem tocadas e com um belo solo de guitarra para desenjoar. "Here's to the Losers", é mais uma acústica, épica e com refrão para ser cantado em coro, com nostalgia e de mãos levantadas.

Em resumo. Um belo álbum de uma banda bem amada e respeitada para além do seu género musical. Sabe bem ouvir o álbum de princípio ao fim e perceber que, havendo umas músicas melhores que outras, há sempre lugar para nos surpreendermos pelo bom gosto e entrega virtuosa de Nuno Bettencourt, Gary Cherone, Pat Badgar e Kevin Figueiredo. Destaco os temas iniciais com especial ênfase para "Rise", que é grande música para ouvir repetidamente e nos deliciarmos com o já muito aclamado solo de guitarra.

Bem hajam Extreme pela mão cheia de músicas vibrantes, com carácter e virtuosismo tão únicos destes músicos de Boston.

Nota: 8/10

Review por Tiago F. Alves