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Entrevista a Daniel Cardoso (Comendatio Music Fest)


Nos próximos dias 5 e 6 de agosto regressa ao Paço da Comenda o festival mais progressivo do país, o Comendatio Music Fest.  Atualmente já com cartas dadas e de nome firmado no panorama nacional de festivais de música pesada e não só. Estamos neste momento em contagem decrescente para a terceira edição e a Metal Imperium tomou a oportunidade de colocar algumas questões à organização do evento.
Antes de mais gostaríamos de agradecer a disponibilidade da Organização do Comendatio Music Fest para nos responder a estas questões.

M.I. - Podem nos falar um pouco sobre o que representa o Comendatio Music Fest?

O Comendatio Music Fest é um (ainda pequeno) festival de música progressiva moderna que também pisca o olho a outros estilos musicais. Acima de tudo representa a enorme paixão que nós, organização, temos pela música.


M.I. - Aproxima-se a passos velozes mais uma edição. Como é que está o vosso estado de espírito? E expectativas para o festival em si?

Estamos sempre expectantes e ligeiramente “stressados” nas semanas que antecedem uma edição, essencialmente porque há muita coisa a tratar para garantir que tudo corra da melhor forma. Mas também estamos positivos e, como amantes de música que somos, curiosos para ver ao vivo algumas das bandas que escolhemos para o nosso cartaz.


M.I. - Quais foram as vossas maiores dificuldades em colocar de “pé” o cartaz deste ano?

Este ano, acima de tudo, lutámos com a disponibilidade das bandas. Foi muito difícil reunir bandas para o cartaz, possivelmente por estar tudo em overbooking após a “seca” da Covid e também devido às restrições financeiras normais de um festival pequeno. Depois, tivemos dois cancelamentos em cima da hora, o que só veio dificultar mais a situação. Mas, entrámos em modo all-hands-on-deck e conseguimos substitutos à altura, há quem diga que até melhores do que as bandas que estavam originalmente no cartaz e que cancelaram a sua vinda a Portugal.


M.I. - Quem são as entidades externas envolvidas na organização e apoio ao festival?

O Comendatio é um festival um bocado solitário e relativamente auto-suficiente, mas apesar de tudo também tem um excelente apoio local, tanto do lado do Município de Tomar (CMT), como da própria Junta de Freguesia do Paço da Comenda, a quem estamos muito gratos.


M.I. - Que critérios costumam utilizar na escolha das bandas para o cartaz?

Como ouvintes de música que somos, gostamos de trazer as bandas que também gostamos de ouvir. Por exemplo, TesseracT (2019) era das bandas que eu mais ouvia na altura dentro deste género. Em 2022 os Haken eram uma banda com quem já me tinha cruzado na estrada e os Rendezvous Point fizeram as primeiras partes da minha banda numa tour, acabando por ser das minhas bandas preferidas a tocar no palco do Comendatio. Este ano gosto particularmente de Caligula’s Horse e - claro - dos The Ocean.

M.I. - O que podem os festivaleiros esperar este ano de diferente da edição do ano passado?

A máquina vai ficando mais oleada de ano para ano. Queremos manter o carácter familiar do festival, mas ao mesmo tempo melhorar as infra-estruturas, melhorar a segurança, melhorar as condições que as próprias bandas têm quando estão em cima do palco. De resto, o nosso staff vai continuar a receber o público com um sorriso, como sempre fez.


M.I. - A nível logístico, com o que podem os festivaleiros contar? Campismo, alimentação, formas de pagamento ou alternativas de alojamento.

Teremos o habitual campismo gratuito, com chuveiros, WCs a metros de distância e teremos o nosso food court com os clássicos “comes e bebes”. Em termos de formas de pagamento teremos multibanco e - se tudo correr bem - MBWay. Bitcoins só lá para 2024 ou 2025 (risos).


M.I. - O que vos leva a continuar a organizar e a levar este festival avante?

A nossa própria paixão por música e o nosso grande desejo de fazer do Comendatio um festival de referência no género a nível de Península Ibérica primeiro e depois a nível Europeu.


M.I. - O que vai pesar/ser analisado nesta edição para perspetivas de uma próxima edição e consequente futuro do festival?

O fator que maior impacto tem nas decisões tomadas de ano para ano acaba por ser o orçamento do festival. Se acabarmos este ano financeiramente no positivo ou com um bom “pé-de-meia”, será mais fácil garantir a sustentabilidade e crescimento do festival numa próxima edição. Caso contrário teremos que estudar a analisar a situação mais meticulosamente.


M.I.- Por último, que palavras de motivação podem deixar para quem ainda está indeciso em vir?

Se boa música, boa comida, bom ambiente e boas pessoas não forem motivação suficiente, não sei o que será!


Entrevista por Sabena Santos