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Entrevista aos Phreneticis


Com quase quatro anos de existência, os Phreneticis lançaram recentemente o seu E.P. Maze of Time. Falámos com a banda acerca deste trabalho, entre outras coisas e ficámos a saber que, apesar de estarem com os olhos postos no futuro, existe interesse em recordar o passado.

M.I. - Boas, pessoal. Gostava por começar a referir que tive o prazer de assistir ao vosso primeiro concerto, no Oeste Underground em 2019. De lá para cá, deram-se alterações na formação da banda?

André: Boas, queria agradecer desde já a oportunidade de dar esta entrevista. Passando à primeira questão: sim, desde o nosso primeiro concerto, em que atuámos com o Diogo Almeida no baixo e o Marcus Reis na bateria. A banda foi criada por mim e pelo Daniel, sendo que a Susana Gamito juntou-se pouco tempo depois como baixista. Este trio compôs a base das músicas, e por volta de 2017 junta-se o Marcus Reis na bateria, finalizando assim as composições. Entretanto deu-se a saída da Susana e por esse motivo o Diogo Almeida ajudou-nos no nosso primeiro concerto. Algum tempo depois, sai também o Marcus, pelo que atualmente banda é composta pela dupla inicial.


M.I. - Havendo elementos vossos que participam em outros projetos, o que é perfeitamente normal, vocês acham que isso é benéfico para os Phreneticis?

Daniel: O facto de estarmos em vários projetos é consequência de cada um de nós sentir vontade de explorar outras realidades musicais. Os possíveis benefícios vêm a nível individual, que eventualmente reflete-se na banda.
    

M.I. - Como foi voltar ao Oeste Underground na última edição?

André:: Fizemos o nosso primeiro e único concerto na quarta edição do Oeste em 2019. Portanto, voltar foi bastante diferente na medida em que nas anteriores fui apenas assistir.


M.I. - Em relação ao vosso último trabalho (Maze Of Time), porquê a aposta no formato E.P.?

Daniel: Basicamente porque tínhamos cinco músicas que foram compostas entre 2015 e 2019 e marcam uma primeira fase da banda. Poderíamos ter incluído novo material para estender para o formato de LP, mas sentimos que seria preferível fechar esse capítulo agrupando as 5 primeiras músicas no EP.


M.I. - Este foi o vosso primeiro trabalho a ser lançado em formato físico. Porque só agora deram esse passo? Tem a ver com a editora, ou acreditam mais neste (Maze Of Time) que nos anteriores?

André: A ideia inicial era ficar pelo formato digital, pela sua facilidade e baixo custo. Entretanto fomos contactados pela Nox Liberatio Records, que ouviu o nosso EP e decidiram apostar no lançamento do formato físico e pelo qual estamos muito gratos. 


M.I. - Podem descrever-nos o vosso processo de composição?

André: De forma geral começa sempre com um ou vários riffs, ou fragmentos tocados em guitarra, que é o instrumento base para toda a composição. Essas ideias iniciais são depois desenvolvidas individualmente ou apresentadas e discutidas com o resto da banda, mas tipicamente todos os instrumentos de cordas são compostos sem bateria. Utilizamos algum software de composição para onde transpomos os primeiros riffs e numa fase posterior músicas inteiras, para facilitar a partilha de ideias entre membros.


M.I. - Existe algum conceito no E.P.? Algum tema que seja abordado?

Daniel: Não existe um conceito propriamente bem definido, mas as letras têm todas uma temática introspectiva: lutas interiores, questões existenciais, sanidade mental, etc. Por exemplo, na Maze of Time que, em termos de letra, é das minhas músicas preferidas, trata das infinitas possibilidades que uma vida pode tomar e como, muitas vezes, estamos constantemente a questionar as nossas decisões e o nosso legado.


M.I. - Em relação à vossa sonoridade. Como a definem e já agora, que outras bandas vos inspiram, nacionais ou internacionais?

André: Diria que somos uma banda de death metal progressivo claramente influenciados por Opeth, Death, Cynic, etc. No entanto não nos sentimos restringidos com este rótulo porque individualmente temos gostos para além disso que estamos dispostos a experimentar.


M.I. - Para terminar. Como se encontra a vossa agenda no que diz respeito a concertos? Aposto que gostariam de promover este trabalho.

André: Não temos intenções de dar concertos de momento, porque somos apenas dois, e estamos focados em compor material novo. No futuro, depois de termos mais temas compostos e/ou lançados, pretendemos encontrar os restantes membros e consequentemente investir em dar concertos, que é algo que queremos muito fazer.


M.I. - Aproveito para vos desejar o maior sucesso. Querem deixar alguma mensagem aos nossos leitores?

André e Daniel: Queremos agradecer a todas as pessoas que nos apoiaram de alguma forma, comprando o CD, indo ao concerto ou ouvindo a nossa música e em especial ao Filipe, à Rita e ao André da Nox Liberatio por terem acreditado no nosso trabalho.

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Entrevista realizada por António Rodrigues