Reconhecido pelo seu excecional trabalho como vocalista e teclista dos Leprous, Einar Solberg decidiu aventurar-se num projeto a solo que resultou neste "16", um conjunto de diverso de 11 temas, que resulta de colaborações entre o cantor e vários músicos/compositores, resultando num álbum mais diverso do que o material já, por si, algo variado que ele apresenta nos Leprous e que demonstra um lado ainda mais pessoal e emocional que já estava a ser trilhado nos últimos álbuns da sua banda.
Este é, apesar da variedade, um álbum sólido, se não contarmos com as menos cativantes "Metacognitive" e "Home", que se encontram a meio do álbum e são quase aquilo que se pode chamar de fillers. Se "Metacognitive" não tem nada que se destaque e simplesmente dá vontade de passar para a frente, "Home" conta com uma participação em registo rap por parte do convidado Ben Levin, que não resultou muito bem e apresenta o dom de estragar ainda mais uma música que, por si só, já seria mediana.
Fora este desiquilíbrio a meio do disco, pontos altos há vários. A faixa-título inicia o álbum da melhor forma, um tema calmo, melancólico e intimista que representa bem a toada deste trabalho. "A Beautiful Life" é um forte tema daqueles mais song oriented que poderia estar num dos mais recentes trabalhos dos Leprous, que demonstra a qualidade vocal de Einar e fica a tocar nas nossas cabeças durante bastante tempo.
De resto, o melhor ficou guardado para os quatro temas finais, que são todos ótimos: "Grotto" é um tema mais ritmado e que conta com uma boa combinação vocal de Einar com Magnus Børmark e um dos melhores refrães de todo o álbum ; "Splitting The Soul" conta com os growls do ilustre "Ihsahn" que dão intensidade e negritude à mais "pesada" faixa deste trabalho ; "Over The Top" é uma belíssima balada com uma forte presença de piano e termina com o seu tema mais prog e mais longo, "The Glass Is Empty", que também conta com uma veia muito orquestral, terminando o disco de uma forma fortíssima.
Este é um álbum com capacidade para agradar aos fãs de Leprous, principalmente aqueles que gostaram das últimas propostas musicais do grupo norueguês, no geral já mais orientado para a voz e sintetizadores de Einar do que para as guitarras ou para a faceta mais progressiva. Todos os apreciadores da voz de Einar Solberg têm aqui uma grande oportunidade de ouvirem um dos vocalistas mais únicos da música pesada progressiva a expressar-se de um modo ainda mais pessoal do que já havia feito nos Leprous.
Nota: 8.2/10
Review por Mário Santos Rodrigues