Segundo álbum para os californianos Ancient ruins. Hexahedron é o nome desta nova proposta lançada pela WormHoleDeath, que sucede assim ao álbum homónimo de 2021, lançado em nome próprio.
Quem são os Ancient Ruins, perguntam vocês. Pois bem, os Ancient Ruins bem que se podiam chamar de Paul Delgado, visto ser este senhor que toca todos os instrumentos, para além de cantar também em todos os temas e ser o responsável por todas as composições. Será isto mau? Bem, eu prefiro uma banda com vários elementos, mas o trabalho apresentado em Hexahedron não está mauzito. Existe capacidade de composição e para quem se interesse por doom metal com nuances épicas, se calhar valerá a pena dar uma oportunidade a este álbum.
Segundo o próprio, as suas inspirações são os Iced Earth, Death e os Candlemass. Curiosamente a primeira banda que me veio à cabeça assim que ouvi a voz de Paul Delgado foram os Carcass. A similaridade entre a sua voz e a de Jeff Walker é assinalável. Mas as semelhanças com a banda britânica ficam por aí, já que ao contrário de letras sobre operações ou a venda de órgãos, as de Ancient Ruins versam sobre o aproveitar o momento. Lembrar que não estaremos para sempre neste mundo, nem tão pouco as pessoas que nos são queridas. É este o conceito em torno de Hexahedron.
Musicalmente este álbum não é nenhuma pérola. Composto por sete temas, tem alguns que sobressaem, como é o caso de “Self Reflection”. Embora tenha sido feito com dedicação, Hexahedron não será capaz de surpreender ninguém. Um ou outro riff engraçado, a presença de teclados em alguns temas e alguns solos de guitarra demasiado básicos, não sabemos se por opção, se por falta de capacidade para os fazer melhor e pouco mais há a dizer deste trabalho. Alguns temas parecem ter a fórmula acertada, mas ela é depois repetida uma e outra vez até perder o encanto, como sucede em “Mental State”. Uma melhor produção também ajudaria, certamente.
Nota: 7.1/10
Ouvir Ancient Ruins, no Spotify
Review por António Rodrigues