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Reportagem: Battle Beast, Dark Embrace e Glasya @ L.A.V., Lisboa – 29.05.2023


Battle Beast de regresso ao nosso país para o último concerto da sua mais recente tour. Não se devem ter arrependido, os finlandeses, que tiveram uma receção que aparentemente não esperavam. Quem também não se arrependeu foram todos aqueles que marcaram presença no L.A.V. para assistir a mais um magnifico concerto. Para além dos já citados Battle Beast, este evento contava ainda com os espanhóis Dark Embrace e com os nacionais Glasya.

É com enorme satisfação que vemos como os Glasya têm vindo a crescer enquanto banda. Não só o mais recente álbum, Attarghan, mostrou ser um enorme passo dado desde o seu antecessor, Heaven´s Demise, como as prestações ao vivo se tornaram notáveis. Eduarda Soeiro é uma verdadeira frontwoman e a sua descontração perante o público faz-nos pensar que faz isto todos os dias. A aposta para este concerto incidiu, naturalmente, no mais recente trabalho. O público chegou cedo para assistir à atuação dos Glasya e não estamos a falar de curiosidade, mas sim de afirmação. A banda de metal sinfónico já mostrou do que é capaz e tem por isso uma audiência à altura dos espetáculos que oferece. Pontos altos: “From Enemy To Hero” e “First Taste Of Freedom”, sem dúvida.

O palco pareceu ficar despido durante a atuação dos Dark Embrace. A banda apresentou-se sem baixista, o que causou alguma estranheza a quem assistia, mas rapidamente esse pormenor ficou esquecido. Os dois guitarristas, assim com o vocalista Oscar Rilo tinham a lição bem estudada no que dizia respeito à coreografia a usar em palco. Após um pequeno intro, a banda pareceu apostada em mostrar ao público português o seu mais recente, Dark Heavy Metal. “Personal Hell” foi apenas o primeiro de muitos temas extraídos desse trabalho e que nos mostra uns Dark Embrace empenhados em produzirem uma sonoridade dentro do death metal, o que não acontecia no passado. A voz de Oscar não é fácil de assimilar, mas é versátil e por vezes parece que o vocalista se encontra em sofrimento. É, no entanto, inegável a confiança com que comunica com o público, puxando por ele e obtendo a resposta pretendida. Em 40 minutos de atuação a banda mostrou o caminho que parece agora apostada em seguir. O final foi feito com dois temas que dizem muito sobre o que significa gostar deste tipo de música: “Metalhead Til I Die” e “Dark heavy Metal”.

Os Battle Beast dificilmente se irão esquecer deste concerto. Na sua última passagem pelo nosso país a banda tinha atuado perante um público reduzido, desta vez, apesar de estarmos a uma segunda-feira, a audiência era significativa. Mas mereciam mais, arrisco-me a dizer. A entrega da banda finlandesa foi fantástica e tal como disse a vocalista Noora Louhimo, tem que haver suor num concerto de heavy metal, caso contrário nem vale a pena. A sonoridade desta banda parece nascida de um cruzamento entre power metal e hard rock. O resultado? Bem, o resultado tem de ser confirmado ao vivo para termos uma noção mais concisa daquilo que esta banda tem para dar. Todos os elementos são, sem dúvida alguma, excelentes executantes, mas a voz de Noora é algo de outro mundo. Mas que power, impressionante. Como seria de esperar a sua atuação centrou-se muito no mais recente Circus Of Doom, desde logo pelo tema homónimo, passando por “Armageddon”, “Wings of Light” ou “Russian Roullete”. Tudo musicas que resultam muito bem ao vivo, mas foram as visitas a temas de anteriores trabalhos que levaram ao êxtase o público presente, como “Bastard Son Of Odin” e mais na ponta final, “Eden”, que foi cantada por todos os presentes na sala. 
Ninguém queria deixar os Battle Beast abandonarem o palco. A banda estava a oferecer um espetáculo de encher o olho, com jogos de luzes e até alguma pirotecnia. Para o encore estava guardado mais um regresso ao último trabalho com “Master Of Illusion”, a que se seguiram as clássicas “King For A Day” e “Beyond the Burning Skies”.
Foi todo um evento que não teve pontos baixos. Sonoridades distintas, muita entrega por parte de todos os músicos, um verdadeiro concerto de heavy metal. Talvez fosse dispensável a tentativa de interpretar em português o tema “A Whole New World” por parte do baixista Eero, dos Battle Beast, mas valeu pela intenção.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Amazing Events