Foi lançado no final do passado mês de março o álbum que marca a estreia dos italianos Aphotic. Batizado de Abyssgazer, estre trabalho surge como uma boa proposta para os amantes de death e doom metal, daquele com cariz atmosférico.
Os Aphotic são um projeto com três anos de existência, que só agora viu reunidas as condições necessárias para o lançamento deste primeiro álbum. Trata-se de um trabalho concetual, que aborda o final do mundo, tal como predito por alguns astrofísicos. Os Aphotic dizem mesmo que este Abyssgazer seria a banda sonora adequada para esse referido apocalipse.
Mas vamos à música. Este trabalho é composto por 10 temas originais, sendo que, 3 dos quais têm pouco mais de 1 minuto, ou seja, servem apenas de intro para o tema seguinte. As músicas estão bem compostas. Não sendo nenhumas obras de arte, têm força e não deixarão insatisfeito nenhum adepto do género post-doom metal.
A banda lançou previamente 3 singles que deram uma boa ideia do que se iria encontrar em Abyssgazer. Primeiro com “Cosmivor”, que poderia ser considerado um bom tema de black metal. Rápido, com duas vozes em simultâneo, sendo que uma delas procura mostrar aflição e desespero. De seguida, o quarteto italiano lançou “Horizonless”, talvez dos mais calmos em todo o álbum, não deixando por isso de ser uma boa malha. Mais recentemente foi a vez de “Abyssgazer”, a faixa homónima. É o tema mais elaborado, o que faz sentido, e também aquele que, de forma mais vincada, mostra a raiz doom dos Aphotic, não fossem eles constituídos por alguns membros dos Fuoco Fatuo.
Encontramos também nos Aphotic alguns dos músicos dos extintos Ekpyrosis. A mistura de estilos que encontramos em Abyssgazer é benéfica para o resultado final, talvez por essa razão eles considerem que a sua sonoridade se adeque aos ouvidos de apreciadores de bandas como Triptycon ou Neurosis. Aquilo que podemos dizer é que vale a pena ouvir e tirar conclusões. Apesar de outros temas de valor em todo o álbum, como por exemplo “Depths Call Depths” os 3 que atrás referimos e que se adiantaram ao LP são mesmo os melhores, sobretudo “Horizonless”, a minha preferida.
Nota: 7,2/10
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Review por António Rodrigues