
A banda é oriunda de Lisboa e nasceu de uma ideia do guitarrista Rui Vieira e do baterista José Graça. Paulo Vieira, o outro guitarrista deste projeto, acabou por dar forma às ideias que já existiam nas mentes dos dois membros fundadores e os temas foram sendo concluídos, pelo menos a nível instrumental. Por fim, o vocalista Hugo Rebelo -que, entretanto, deixou os Testemunhas de Jeová-, forneceu as letras – provocadoras q.b.- e as vocais que ouvimos em Reino de Satã (salientar que são perfeitamente percetíveis).
Os temas foram bem conseguidos e o objetivo a que se propuseram parece ter sido alcançado. Estamos a falar de uma banda que nasce como um projeto paralelo, portanto, tudo o que dele advier será seguramente bem-vindo. Os 11 temas originais que encontramos no álbum surgiram, numa primeira forma, de um único ensaio. Se quiserem um sinónimo de música direta e sem filtros, escusam de procurar mais, Reino de Satã proporciona isso mesmo. Os temas são curtos, muito curtos mesmo. É preciso chegarmos ao 12º para encontrarmos um com mais de 2 minutos de duração que, curiosamente, nem é deles. Trata-se de “Haverá Futuro”, um original dos Olho Seco. Os temas que a banda tem dado destaque em jeito de singles de apresentação são já dois: “Galileu Galilei” foi o primeiro, mais recentemente foi “Viralata Aristocrata” a receber igual tratamento. O álbum saiu no passado dia 10 de março e um concerto de apresentação seria bem-vindo, ainda que a banda tivesse que incluir algumas covers no alinhamento, pois 17 minutos de música é manifestamente pouco para um álbum, ainda que sejam 17 bons minutos. O tema homónimo é também ele uma grande malha, assim como “2000 Anos de Bazófia”, ou mesmo “Filhos da Corrupção”, com que inicia o disco. Palavra final para o trabalho que ilustra a capa do álbum, pois está igualmente muito bom.
Ouvir Testemunhas de Jeová, no Bandcamp
Review por António Rodrigues