Mais uma proposta muito interessante que nos chega do Porto, desta vez em formato EP. Falamos dos Mazer, quarteto da Invicta que no final do passado ano lançou 3 Masks, um trabalho de originais com quatro temas cheios de “estaleca”.
Embora eles apregoem que tocam apenas heavy metal, sabemos como este género pode ser explorado e eles fazem-no bem. A agressividade está patente em cada uma das faixas de 3 Masks, muito por culpa das guitarras agressivas que fazem parte dos temas e também da voz de Ricardo Almeida. Mas também encontramos um outro registo vocal, este mais límpido, para que o contraste se dê, como é o caso do tema “3 Masks”, que dá nome ao EP. Confesso que prefiro a voz mais agressiva de Ricardo, pois parece-me que nas vozes mais limpas ele vai um pouco mais além do que devia.
Embora a banda tenha nascido em 2018, algumas alterações na formação original e também a situação pandémica que atravessámos, fizeram com que este EP que marca a estreia dos Mazer apenas agora visse a luz do dia. “Man Full Of Nothing” é o tema de abertura de 3 Masks e também aquele em que a banda arriscou como primeiro single. A escolha parece acertada. Muitas mudanças de ritmo, uma letra que aposta na critica social, são alguns dos ingredientes que transformam esta música numa boa “malha”.
“Empty Prayer” e “Rise” são os outros temas deste EP e têm também qualidade. Sobretudo a primeira que é talvez a mais calma e a que tem o solo de guitarra mais elaborado. Já “Rise” tem início com o preponderante baixo de Bruno Branco, aliado há pujante bateria de Cristóvão Vieira, mas aquela entrada prometia mais. É porventura o tema com mais altos e baixos, inconstante, e certamente aquele que se diferencia mais dos restantes temas e não pelos melhores motivos. Tem mais Groove e não é tão direta, algo que parecia querer caracterizar este trabalho.
Bom cartão de apresentação para os Mazer. Se a ideia era darem-se a conhecer, colocarem o seu nome enquanto banda nacional capaz de se inserir no circuito, 3 Masks cumpre perfeitamente a sua função. Não esperem solos de guitarra magistrais, teclas ou algo muito produzido, isso não há. Há sim, como já referi, muitos ritmos fortes e agressivos, pois a sua música prima por ser simples e direta. Um balanço final positivo que marca uma boa estreia, sem dúvida.
Nota: 7,8/10
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Review por António Rodrigues