Os finlandeses Oceanhoarse agitaram as águas com o seu primeiro álbum de estúdio "Dead Reckoning" em agosto de 2021. Agora, a banda está prestes a lançar o seu segundo álbum completo "Heads Will Roll", no dia 17 de fevereiro, pela editora alemã Noble Demon. O álbum está repleto de riffs esmagadores, harmonias vocais e arranjos de alta tensão e vai agradar a todos os fãs de sons mais pesados.
Oskari Niemi, o baterista da banda, teve a gentileza de partilhar alguns detalhes sobre o novo álbum e os planos dos Oceanhoarse para 2023 com a Metal Imperium.
M.I. - O objetivo da banda para 2022 era gravar a sequela mais difícil, crua e pura possível para o álbum de estreia, “Dead Reckoning”. Diriam que esse objetivo foi alcançado?
É definitivamente mais cru devido ao facto de que o som tem muito mais espaço para microfone. O que quero dizer é que todos tocamos na mesma sala e todas as faixas de bateria, baixo e guitarra base foram gravadas juntas ali mesmo. Havia microfones na sala que captaram o verdadeiro som da banda. Além disso, o Joonas estava lá a cantar connosco, embora as suas vozes tenham sido regravadas mais tarde. Alguns dos solos de guitarra também foram captados na sala, mas foram gravados depois.
M.I. – Está prestes a acontecer o lançamento do vosso segundo álbum “Heads will roll”. Quão animados estão?
Acabei de receber a primeira cópia física hoje, dia 9 de fevereiro. A capa e o livreto estão espetaculares na cor vermelha e já o toquei no meu carro quase no volume máximo. É uma sensação agradável finalmente ter uma cópia em casa.
M.I. - Alguns dizem que o segundo álbum faz ou quebra uma banda... daí o título “Heads will roll” ou estão confiantes o suficiente com o álbum?
Há uma confiança firme na nossa pequena equipa porque conseguimos o que queríamos. Continuamos a agitar a bandeira do heavy metal ao vivo e conseguimos captar esse sentimento. Este álbum também tem algumas das nossas melhores músicas, por exemplo “Brick” e “Carved in Stone”.
M.I. - A banda tem estado extremamente ativa ao vivo. Têm tocado alguma das novas faixas ao vivo? Como tem sido reação até ao momento?
Já lançamos tantos singles do álbum, e precisávamos de tocá-los ao vivo também.
“Heads will Roll” e “Nails” são os novos favoritos ao vivo. A primeira traz um grande refrão e a segunda faz o truque emocional. “Nails” é uma boa música porque esfria no verso, mas rasga na ponte.
M.I. - Haverá uma festa de audição do álbum “Heads Will Roll” no Bodom Bar no dia 17 de fevereiro e um concerto de lançamento do álbum no Kuudes Linja no dia 4 de março. Quem teve estas ideias? Alguma surpresa especial para os fãs?
Não sei se foi o Ben ou o Jyri quem teve esta ideia. Fizemos uma festa de audição do álbum para “Dead Reckoning” também. Não posso revelar as surpresas, mas espero que possamos tocar o álbum alto e bom som na sauna!
M.I. – O Ben Varon foi o responsável pelo layout das embalagens de vinil e CD. Foi uma tarefa complicada? Quão satisfeitos estão com o resultado final?
Ele admitiu que foi uma estrada longa e esburacada, mas o resultado final parece impressionante! Escolhemos as nossas fotos favoritas juntos. Mas ainda é o trabalho do Ben e estamos orgulhosos de tudo.
M.I. - De todas as 11 faixas incluídas no novo álbum, quais estão no vosso top 3. Porquê?
1. Brick - Acho que nos encontramos nesta música.
2. Carved in Stone - No geral, é uma boa música e a seção que começa aos 3,39 após a calmaria do meio é o nosso melhor trabalho. Não estou a dizer que sou um génio, mas adoro o padrão da bateria (RLRLSRL) no refrão.
3. Dead Zone - Instrumental melódico e calmante. Sinto vontade de mergulhar em águas azuis escuras ao ouvi-la.
M.I. - Que assuntos são abordados nas letras? Quem as escreve?
Alguns dos temas são sobre corrupção e injustiça geral no mundo. O Ben escreve a maioria das letras, mas o Joonas também contribuiu para algumas canções.
M.I. – Os Oceanhoarse fizeram uma tournée europeia de um mês com os SOEN em setembro. Como foi? Quão importante é para os Oceanhoarse andar em tournée?
Foi uma tour fantástica artisticamente. Os concertos foram ótimos: muito público que gostou da nossa música, embora a maioria deles nunca tivesse ouvido falar de nós. No autocarro tínhamos cerca de 11 nacionalidades a falar 9 línguas diferentes. Todas as bandas se deram muito bem e divertimo-nos muito. Todos estivemos saudáveis, e todos os concertos e todas as músicas foram tocadas. Foi a nossa maior tournée até agora e ajudou-nos a divulgar o nosso nome em 23 cidades diferentes.
M.I. - Vocês tocaram Alice In Chains em (pelo menos um) concerto ao vivo. Que faixas tocaram? Por quê é que escolheram os Alice in Chains?
Tocámos “Them Bones” todas as noites. Nós costumamos incluir uma cover no nosso concerto para dar ao público pelo menos uma música que eles conheçam. Quando fazemos concertos de abertura para outras bandas, as pessoas podem não estar familiarizadas com a nossa música, e, tocando um tema clássico, definitivamente derreteremos um ou dois corações.
M.I. - Que bandas foram uma influência para vocês como músicos e indivíduos?
Nós ouvimos principalmente música metal. Como banda, as nossas influências são os grandes nomes: Metallica, Chldren of Bodom e Mastodon, para citar alguns. Como indivíduos, alguns de nós também ouvem músicas mais suaves, mas consumimos principalmente rock e metal.
M.I. – O vosso primeiro álbum foi lançado pela Noble Demon e este também será pela Noble Demon. Como surgiu o acordo com eles?
Alguém da Noble Demon costumava trabalhar na Nuclear Blast. Acho que o nosso empresário conseguiu a ligação e nós continuamos a partir daí.
M.I. – O Hoarsefest é um festival organizado pelos Oceanhoarse. Como surgiu a ideia de fazerem algo assim?
Foi uma ideia maluca e estúpida, mas nós organizamos o festival pela primeira vez em 2019. Este ano, quando finalmente conseguimos organizá-lo novamente, ficamos parados no local a olhar à nossa volta. Muitas pessoas vieram ao Hoarsefest! Essa ideia estúpida de fazer o nosso próprio festival surgiu com muito trabalho e contacto com muitas pessoas. Foi incrível sentir a alegria do lugar!
M.I. - O Hoarsefest aconteceu no dia 30 de dezembro de 2022. Foi o final perfeito para o ano passado? Tens ideia se o festival acontecerá novamente este ano?
Sim, correu muito bem! Muita alegria e felicidade, mas muito trabalho. Especialmente o Jyri fez o trabalho mais difícil que foi contactar todas as bandas e técnicos. Ele foi o produtor de tudo. Todos nós ajudamos o máximo que pudemos e trabalhamos o tempo todo durante o festival. Muitas pequenas coisas acontecem nos bastidores que precisam de ser atendidas. Sobre o próximo ano ainda não sabemos porque é muito trabalho e realmente precisamos de considerar com que frequência o queremos organizar.
M.I. – Os Oceanhoarse tocam Heavy Metal. Na tua opinião, como está o panorama atual do HM? Achas que algum dia será tão bom quanto já foi?
O rock e o metal têm levantado a cabeça ultimamente. Temos uma boa cena de metal aqui em Helsinki e muitas novas bandas estão a surgir aqui na Finlândia. Muitas bandas inclinam-se para a música pop nos seus refrões enquanto fazem algum tipo de coisa gritante nos versos, ou seja metal clássico com elementos eletrónicos e pop mais suaves. A nossa banda, por outro lado, é um metal mais tradicional com diferentes grooves. Nós não demos um passo para coisas eletrónicas e também há muitas outras bandas aqui que mantêm os sintetizadores longe das suas músicas. Mas não temos nada contra sintetizadores, adoro-os! Nós apenas não os usamos na nossa música.
M.I. - A banda está no ativo há 7 anos... quão diferente é a tua vida agora em comparação com o que era antes dos Oceanhoarse? Estás mais feliz? Mais rico? Mais stressado? Mais realizado?
Comecei a tocar com a banda no outono de 2016. Lançamos músicas oficialmente em 2018. Portanto, houve cerca de um ano e meio a trabalhar nas músicas e grooves antes de revelar qualquer coisa. No começo eu tinha muita energia. Agora tenho energia e força porque a forma como tocamos é muito física. Com apenas uma guitarra em palco e sem faixas de apoio, a massa de som deve ser criada com a nossa banda de 4 membros. É por isso que eu precisava de encontrar maneiras de soar maior e isso requer alguma força.
Estou feliz por poder tocar com tudo o que tenho e estamos bastante relaxados hoje em dia. Dantes, alguns concertos deixavam-nos um pouco nervosos, mas agora tudo é muito mais natural e achamos mais fácil transmitir as vibrações musicais para o público. A música é algo em que precisas de confiar.
Eu nunca estou satisfeito. Estou sempre a querer ser melhor e nunca estou totalmente feliz com a música que lanço haha... Eu não consigo ouvir como a nossa música soa para as outras pessoas. Quando se trabalha muito nisso, leva anos até que possas ouvir objetivamente. Basicamente, não gostaria que fosse de outra maneira.
M.I. - Existe o plano de fazer uma tournée para promover o novo álbum? Tens alguma novidade para nós sobre isso? Achas que poderemos ver os Oceanhoarse a tocar em solo português em breve?
Ainda não temos novidades de tournées. Há planos de fazer uma digressão este ano e Portugal pode estar na lista. Tocamos no Porto e em Lisboa em 2021 e adoramos cada segundo no teu lindo país! Ainda sinto o cheiro do Oceano Atlântico quando penso nessa viagem.
M.I. - Tudo de bom para os Oceanhoarse! Gostarias de partilhar uma mensagem final com os nossos leitores? Obrigado pelo teu tempo e música!
Obrigado Sónia pelas tuas questões!
Eu gostaria de ver aqueles que estão interessados em heavy metal a “mergulhar” na nossa música! Somos muito bons ao vivo, portanto venham ver-nos tocar, se puderem. Se vierem à Finlândia, entrem em contacto comigo e eu convidar-vos-ei para vierem ao nosso estúdio quando ensaiarmos. Depois disso, iremos para uma sauna a vapor e mergulharemos na água gelada do lago!
Fiquem bem!
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Entrevista por Sónia Fonseca