"Um por todos e todos por um"! O conhecido lema de “Os Três Mosqueteiros”, romance escrito pelo romancista francês Alexandre Dumas, condiz muito bem com esta banda. Tim Bernard, guitarrista, vocalista e um dos fundadores, conversou com a Metal Imperium sobre as suas origens, sobre “Felsenfest” lançado no dia 28 de outubro de 2022, pela Sony Music, as músicas e muito mais. Eles ainda têm músicas em vários idiomas. Uma banda que merece ser descoberta e é maravilhosa!
M.I. - Olá, Tim. Bem-vindo, em nome dos leitores da Metal Imperium e dos fãs portugueses. Como é que estás?
Estou bem, muito obrigado! Ontem demos uma entrevista na televisão alemã. Muitas coisas para fazer neste momento. Andamos em tournée, nas últimas semanas, pela Alemanha, a celebrar o nosso novo álbum: “Felsenfest”! Sim! Tem sido um grande momento, grande experiência para nós e grandes reações sobre o CD. Estamos muito contentes com este lançamento! Agora, como é que estás tu?
M.I. - Estou bem, obrigada! É uma honra falar contigo, já que sou uma grande fã do teu trabalho e das tuas canções!
Porreiro! Qual é a tua música favorita?
M.I. - A faixa 9: “Pulverdampf & Donnergroll’n”!
Porreiro, porque não é uma canção habitual dos d’Artagnan! É um bocado experimental! Usámos sons de outras bandas para esta música. É porreiro que seja a tua música preferida! Fixe!
M.I. - Podes, por favor, apresentar a banda, a história, os membros e que instrumentos tocam, para que os fãs possam conhecer-vos um pouco mais?
Somos seis homens, e tocamos bateria, baixo, guitarra. Somos uma banda de Folk Rock, temos um tocador de gaita-de-foles, que também toca flauta irlandesa, e o nosso cantor chama-se Ben. Temos um excelente violinista, Gustavo, a quem chamámos Gusto. E eu, toco guitarra e canto. É isso (risos).
Começamos em 2015. Estamos na estrada há seis anos, porque em 2016 lançámos o nosso primeiro CD: “Seit an Seit” e desde aí, andamos em tournée e temos cinco CDs lançados. Queremos tocar noutros países, mas, infelizmente, não é fácil, mas gostaríamos de fazê-lo. Talvez num futuro próximo toquemos alguns concertos na Europa. Seria porreiro! Talvez um dia em Portugal, não sei (risos).
M.I. - O vosso nome faz referência ao 17.º soldado francês Charles de Batz de Castelmore d'Artagnan, famoso graças a Alexandre Dumas e aos seus “romances d'Artagnan”, sobretudo no romance “Os Três Mosqueteiros”. Porquê esse soldado e o que vos fascinou nele, que decidiram escolher esse nome para a vossa banda? Gostam desse século? Há alguma mística nisso? Partilha os teus pensamentos sobre isso.
Não se trata apenas dos “Três Mosqueteiros” e de todo o cosmos “Mosqueteiros”. Também toda a história! O nosso vocalista e compositor principal, Ben, é fascinado com História e o principal: escolhemos este nome e toda a história de “Os Três Mosqueteiros”, por causa da irmandade. Ajudarmo-nos mutuamente, o estilo de vida é emocionante, é aventura, é beber vinho, muitas mulheres (risos). Toda de toda a gente conhece um filme de “Os Mosqueteiros”. Há toda uma concessão de “Os Mosqueteiros” e há outro filme francês que vai sair no próximo ano e há muitos filmes com o Charlie Sheen e outros. A cada três anos, vem um novo filme dos “Mosqueteiros” e desta vez, fundamos a banda. Houve uma série, um programa de TV de “Os Três Mosqueteiros” e foi incrível! Decidimos fazer de tudo, para trazer este tema de “Os Três Mosqueteiros” para a música. Tivemos a possibilidade de fazer grandes fatos e usar espadas. Sim! Essa foi a ideia de formar uma banda chamada “dArtagnan”!
Estamos interessados em História e metade da banda está completamente interessada em História.
Sim! Acho que todos os séculos têm algo místico, especialmente esse século, era um tempo em que as coisas não eram tão fáceis como hoje. As coisas eram muito mais difíceis. Tinhas de ser um homem e uma mulher diferente de hoje. Não havia telemóveis. Tinhas de inventar algo por ti. Não podias chegar, olhar para o teu telemóvel e procurar algo no Google. Tinhas de fazer por ti próprio! É muito antes da tecnologia. É interessante! E é místico!
M.I. - O vosso estilo é Folk Rock e, na verdade, combina convosco. Misturam Rock Moderno com sons e ritmos folclóricos. Podemos ouvir sons que nos levam numa viagem de 200 anos, com letras que celebram o amor pela vida, a compaixão, a amizade, a camaradagem e a coragem. Até falam em beber. Como surgiram estes temas? Podemos dizer que são os pioneiros e embaixadores deste estilo? Como te sentes em relação a isso?
Os dArtagnan são bons, mas os novos dArtagnan estão mais abertos a todos os temas! No novo CD temos músicas como “Westwind” e demos um passo na era dos Piratas, só por piada! Não só sobre o tema “Mosqueteiros”! Podes escrever vinte álbuns apenas sobre “Mosqueteiros”. Mas tens de ser mais!
E também a tua música favorita: “Pulverdampf & Donnergroll’n”, não é só sobre esta época. É uma canção antiguerra! Trata-se da invenção do “Pulverdampf”. Não sei as palavras em inglês, desculpa! A coisa porque é que os mosquetes são disparados, canhões. Não se trata apenas de “Mosqueteiros” neste momento! Os dArtagnan estão a crescer e os temas estão a crescer. Queremos ser uma banda de festa histórica (risos)!
Tens de olhar para o Mundo nos dias de hoje! É simples. Como disse na introdução dos “Mosqueteiros”: temos de ser homens fortes e de nos ajudarmos mutuamente. Isso não muda! É sempre a mesma coisa: temos de nos ajudar uns aos outros, temos de olhar uns pelos outros e temos de ser fortes nos tempos difíceis. E acho que os tempos em que vivemos neste momento não são fáceis. Estamos a passar por momentos difíceis e é importante que todos nos unamos e sejamos fortes.
Com as nossas letras, queremos tornar as pessoas fortes! Queremos apoiá-las! Queremos dar--lhes força para suportar os tempos difíceis e funciona! Temos muitos fãs que dizem: “Muito obrigado pela vossa música, vocês estão a ajudar-nos em tempos difíceis!” e essa é a coisa boa da nossa música. Algumas músicas puxam por ti! Podes esforçar-te nesses momentos, em que estás triste ou em que algo não deu certo. É assim que criamos as letras, mas também queremos dizer a todos para não levarem tudo tão a sério, porque é importante festejar. Para te sentires bem, bebe uma bebida, anima-te com alguma coisa! Além de força e coragem, também escrevemos sobre sentimentos agradáveis, canções de festa, canções de amor. É um todo!
Sim, podes dizer isso, mas acho que não somos os inventores do Folk Rock, não somos os primeiros tipos que misturaram violinos e gaitas de foles com Hard Rock. Não somos os inventores disto, mas queremos ser uma das melhores e maiores bandas de Folk Rock do mundo. Talvez! Isso seria ótimo, mas não somos os inventores deste tipo de música. Sim! Somos talvez os primeiros músicos a vestirmo-nos como “Mosqueteiros”, mas tens muitas bandas que afirmam ser as primeiras a fazer Rock Histórico, mas eu não diria que somos a primeira a fazer este tipo de música.
M.I. - “Felsenfest” é o vosso novo álbum, que foi lançado no dia 28 de outubro de 2022, pela Sony Music e é uma obra-prima. “Felsenfest”, em alemão, significa sólido como uma rocha, firme e estável. Como surgiu a ideia para esse nome? Podes contar-nos a história por trás disso e vocês são sólidos como uma rocha?
Acho que ninguém é sempre sólido como uma rocha! Acho que toda a gente tem dificuldades às vezes, mas acreditamos firmemente na música. É isso que nos torna sólidos como uma rocha, porque sabemos o que queremos e quando estamos no palco, queremos fazer as pessoas sentirem-se melhor nas suas vidas, queremos fazer música para as pessoas, queremos noites agradáveis para as pessoas que vêm aos nossos concertos e querem ouvir os nossos CDs. É nisso que somos sólidos! Por isso, acreditamos firmemente que queremos ser músicos.
Sabes quando tens de escolher um título para um álbum, não é fácil! Sempre que estamos a pensar num novo concerto: “Ok! Que canções teríamos? O que é um grande título?”. Surgiu “Felsenfest”! O Ben teve a ideia de “Felsenfest” (sólido como uma rocha). Eu acho que, desta vez, o título surgiu antes da música. Ele escreveu uma música sobre o título, eu fiz a melodia e nós escrevemos a música, porque queríamos chamar o álbum de “Felsenfest”!
M.I. - Vamos falar sobre as letras, ok? Trinta e oito faixas de pura epopeia. Vocês cantam sobre mitos e histórias medievais. Cantam apenas sobre histórias alemãs ou mundiais? Podes dizer-nos quais são as que conheces e contar alguma curiosidade aos fãs, por favor?
Acho que as histórias não são apenas alemãs! Às vezes estão apenas na cabeça do Ben. “Drei schwarze Reiter”, faixa número 8, é uma história escrita, como uma pequena história de terror, é obscura, saiu da cabeça do Ben. Como exemplo, a faixa “Freiheit & Tod” (“Freedom & Death”), é sobre a Revolução Francesa! Portanto, não é alemã, é mundial!
M.I. - Também podemos ouvir referências a acontecimentos históricos e aspetos importantes da navegação. Qual foi o acontecimento histórico que mais te influenciou, em termos líricos?
A Guerra dos Trinta Anos na Europa! Esse acontecimento histórico, pode ouvir-se em muitas músicas dos dArtagnan, e é um tema sobre o qual o Ben lê muito e que o fascina. Também há o “Wallestein” do nosso terceiro álbum, que é um evento, mas não está neste álbum!
M.I. - Quais são os teus cantores/bandas preferidos de todos os tempos? E álbuns?
O Freddie Mercury é um grande cantor! O Dio é um cantor de referência. Eu e o Ben admirámo-lo. Cantor muito simpático, tipo muito simpático. Os Rainbow.
M.I. - Tim, mais uma vez obrigada em nome dos leitores da Metal Imperium e dos fãs portugueses. Podes deixar algumas palavras finais, por favor?
Aos portugueses, muito obrigado por ouvirem a nossa música. Espero que possamos tocar na Europa e talvez visitar o vosso grande país. Estou animado! Muito obrigado por ouvirem a nossa música!
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Entrevista por Raquel Miranda
