About Me

Entrevista aos Sonata Arctica



“…I have a right to be heard
To be seen, to be loved, to be free
To be everything I need
To be me, to be safe, to believe
In something…”
Este trecho é da “I Have A Right”, que foi lançada originalmente no álbum de 2012: “Stones Grow Her Name”, pela Nuclear Blast. Desta vez, como muitas outras canções, tem um novo formato: um formato acústico. E onde podem ouvi-la? “Acoustic Adventures – Volume Two, foi lançado, no dia 30 de setembro, pela Atomic Fire Records e é a segunda parte da saga. “Volume One” já foi lançado no dia 21 de janeiro. A Metal Imperium teve o privilégio de falar com Pasi Kauppinen, o baixista. De sorriso aberto, ele falou sobre a gravação, as tours... e de um novo álbum! 
Pasi traz muitas boas lembranças de Portugal e deseja voltar! Promotores: Agora é convosco!

M.I. - Pasi! Kiitos e que grande honra é conversar contigo sobre esta nova aventura. Espero que esteja tudo bem contigo! 

É um prazer falar contigo!


M.I. - “Acoustic Adventures – Volume Two” foi lançado no dia 30 de setembro, pela Atomic Fire Records. É a continuação da primeira saga: “Acoustic Adventures – Volume One”! como é que escolheram as canções para este álbum, já que têm dez álbuns de estúdio?

Tivemos muito que fazer até escolher as canções! Na verdade, andávamos em tournée em formato acústico, antes dos álbuns. Sabíamos que canções resultariam ao vivo. Como é que os arranjos acústicos funcionariam para determinadas canções. Mas quando chegou a hora de ir para o estúdio e começar a gravar os álbuns, queríamos dar às pessoas o que elas queriam ouvir! Que músicas também funcionaram ao vivo. Queríamos gravar essas músicas, mas claro, queríamos ter algumas outras músicas também de que as pessoas talvez não estivessem à espera de ouvir, como a “For The Sake Of Revenge” e músicas do género!
E sim! Foi um longo período para escolher as músicas, mas acabamos por gravar 25 músicas e que se tornaram nos “Volume One” e “Two” (risos). Talvez tenhamos de fazer o “Volume Three” e “Four” também, para que possamos colocar todas as músicas que quisermos em formatos acústicos. Ou “Five” e “Six” (risos). 


M.I. - As vossas canções são muito bonitas e são como um conto de fadas. Muito adequadas nesta versão acústica. Como adaptaram as músicas desta vez, neste formato? Foi uma aventura difícil?

Para algumas músicas, foi natural. Apenas começamos a tocar juntos as músicas e os arranjos vieram facilmente. Acho que o Tony escreve melodias realmente cativantes. Assim, basicamente todas as músicas podem transformar-se num formato acústico e eclético, pois as melodias são muito poderosas. Fica fácil tocar as músicas e fazer os arranjos. Só precisas de saber o caminho que desejas seguir com a música! Foi o que aconteceu! Apenas escolhemos uma música que queríamos arranjar e começamos a trabalhar nela! Acho que correu tudo muito bem! Portanto, não foi muito difícil (risos)!


M.I. - Os instrumentos são incríveis, principalmente o baixo. Para os especialistas em música, poderias citar os baixos que usaste para dar qualidade à música?

Uso baixos Warwick! Tenho usado baixos Warwick desde 1995! Tem sido um longo caminho com os baixos Warwick! Eu tinha 3 ou 4 baixos diferentes no estúdio. Não são os mesmos baixos que uso nos solos elétricos. Eu também uso baixos Warwick em solos mais altos. Nestes álbuns, para o formato acústico, usei o Warwick Bass Alien, baixo acústico e o Streamer Bass, que tem corpo de madeira. É um baixo com um som realmente quente! Tive um baixo Hollowbody semi-acústico, baixo Star. Também tive um baixo Fretless. Portanto, foram 4 baixos diferentes para o álbum! Dependia de qual música tínhamos e que estilo queríamos usar nas músicas! Escolhi os baixos para cada música em particular! Acho que, pelo menos em mais de metade delas, usei 2 baixos diferentes. Portanto, a introdução tem um baixo e a música principal tem outro (risos)!


M.I. - Também podemos ouvir um violoncelo. Podes dizer-nos quem o toca? Têm algum convidado especial?

Na verdade, não é um violoncelo. É um contrabaixo e é tocado por Matti Tegelman, que é irmão do nosso produtor. Ele é um contrabaixista! Mikko, o nosso produtor, disse-nos que há algumas músicas que poderiam ser tocadas no contrabaixo. Acho que o usamos em 3 músicas, tocadas ao mesmo tempo. Ele fez um ótimo trabalho!
Gravamos dois álbuns há dois anos, mas acho que o Matti Tegelman é o único convidado no álbum!


M.I. - Era um sonho de longa data gravar um álbum como este? Quem teve essa ideia?

Como disse antes, fizemos tournées acústicas antes de gravarmos os álbuns. Basicamente, quando eu entrei na banda, eles tinham partes acústicas nos concertos. Durante os concertos elétricos, eles tocavam algumas músicas com violas acústicas. Quando eu entrei para a banda, nós tínhamos alguns concertos acústicos, que fizemos para um programa de rádio do Luxemburgo. Precisávamos de tocar as músicas sem instrumentos elétricos. Pegamos nos instrumentos acústicos e fomos para a rádio, começamos a tocar. Pensei: “Uau! Isto soa bem! Devíamos retomar o acústico nos concertos!”. E fizemos alguns desses concertos! Aí pensamos: “Ei! Isto pode funcionar! Talvez possamos tocar assim todas as noites com arranjos acústicos!”. Começamos a trabalhar nisso e, num determinado momento, achamos que precisaríamos de gravar o álbum nos formatos acústicos. Mas a pandemia começou! Claro que não tivemos tempo, porque estávamos a regravar álbuns e estávamos em tournée. Mas quando começou a pandemia, pensamos: “Agora talvez seja a altura de entrar no estúdio e gravar os discos!”.


M.I. - Vocês renovaram algumas canções, como “I Have A Right” e “Victoria’s Secret”. Quão importantes são essas músicas para ti? “Victoria’s Secret” foi lançada originalmente em 2003, no “Winterheart’s Guild” e é lançada pela segunda vez em formato acústico. Que mudanças fizeram nela?

Todas as músicas são muito importantes para mim e para a banda (risos)! “I Have A Right” acho que tem sido uma música importante desde que foi lançada, por causa da letra e do seu significado! É uma grande música, com uma mensagem importante. Felizmente, a música é muito poderosa e as pessoas realmente gostam disso! Então, temo-la tocado muito em concertos ao vivo! Quando começamos a fazer esta coisa acústica, há alguns anos, na tournée, o Elias vinha aos ensaios e começava a tocar. Ele disse-nos que fez alguns arranjos para uma guitarra, para a "Victoria's Secret". Começou a tocá-la e era tão linda a versão da música, que ficamos boquiabertos imediatamente! Isso fazia parte de concertos acústicos todas as noites e essa era a música óbvia para gravar, quando chegássemos ao estúdio.


M.I. - Mikko Tegelman tem sido o produtor desde o primeiro álbum, no Studio57, na Finlândia e Janne Pitkänen foi o responsável pela capa. Como foi para ele e vocês fazer estes discos?

Mikko Tegelman é o nosso engenheiro de mistura. Ele também é um engenheiro de gravação e produtor de estúdio, mas ele é o nosso gajo da mistura. Ele sabe o que a banda pode ser no palco e sabe como podemos soar, como devemos soar. Em alguns álbuns, ele esteve no estúdio e produziu-os. Ele também dá sempre bons conselhos, sabe o que podemos fazer de diferente e sabe como podemos soar, no estúdio e ao vivo! Sim! Ele faz parte do nosso som no estúdio e ao vivo também! O Janne Pitkänen tem feito todas as capas dos Sonata Arctica. Nós temos uma longa história e ele faz sempre um ótimo trabalho com os gráficos!


M.I. - Pensam fazer uma parte três desta saga? Que músicas vão trazer desta vez?

(Risos) Temos conversado sobre isso! Precisamos de fazer os “Volume Three” “Four”, “Five” e “Six”, porque temos tantas, tantas músicas, por onde escolher. Não sabemos ainda, quando pode ou quando vai acontecer, mas tenho a certeza de que queremos muito fazer isso, mas ainda não sei quando e claro, quais as músicas que serão incluídas. Acho e espero que tenhamos um novo álbum também, antes de gravar um novo álbum acústico. Temos ainda mais dez novas músicas à escolha, para o próximo álbum acústico (risos)! Ainda não sei!


M.I. - “Acoustic Adventures MMXXII” é o nome da digressão finlandesa, enquanto a digressão europeia: “Acoustic Adventures MMXXII” terá um convidado especial, Eleine. Uma banda sueca de Metal Sinfónico. Importas-te de nos contar mais sobre essas tournées, por favor? Que surpresas têm para os fãs? Essas tournées terão alguma diferença e Madeleine, a cantora dos Eleine, fará um dueto convosco?

Na verdade, a tournée europeia deveria ter sido há um ano! Foi planeada em outubro/novembro de 2021, para a parte europeia! O “Volume One” estava lançado, estava planeado para ser já há um ano. Mas a pandemia misturou tudo e precisamos de adiar por um ano, adiou-se a tournée por um ano! Planeamos a tournée finlandesa! Já foi em fevereiro e o “Volume Two” estava planeado para ser lançado! Mas é claro, quando a etapa europeia foi adiada por um ano, nós também adiamos o lançamento do álbum e o “Volume One” era suposto sair, quando a tournée finlandesa foi planeada para fevereiro. Mas isso também foi adiado, por causa da pandemia! Toda a tournée vai começar agora, no mesmo dia, quando sair o “Volume Two”! Lançamos o “Volume One” em fevereiro, mas agora quando a tournée começar, vamos lançar a segunda parte da saga do álbum (risos)! 
Na verdade, ainda não sabemos! A etapa finlandesa vai ser sem os Eleine! Somos só nós, aqui na Finlândia! Depois vamos encontrá-los na Suécia, quando começarmos a etapa europeia e não temos planos, pelo menos ainda! Se alguém se vai juntar a nós em palco, ainda não sabemos! A tournée vai ser longa! Então. . .


M.I. - No ano que vem é o vosso 25º aniversário e que melhor maneira do que fazer uma “25th Anniversary Tour”. Uma tournée pela América Latina que passará por várias cidades do Brasil e México. O que prepararam para esta tournée e pretendem prolongá-la?

Na verdade, a banda foi fundada em 1996! O primeiro álbum saiu em 1999! No ano que vem completam-se 25 anos do lançamento do “Ecliptica”! Também a banda tem 26 anos (risos)! Na verdade, já tivemos a “25th Anniversary Tour”, mas é claro que foi cancelada, na sua maioria, por causa da pandemia. Mas estamos a tocar agora. No ano passado e neste ano, fizemos a “25th Anniversary Tour” e tocamos as músicas de toda a nossa carreira! Quando o “Ecliptica” tinha 15 anos, tocamo-lo do início ao fim em tournée! Mas acho que não vamos fazer isso novamente! Ainda não temos planos! Acho que teremos um novo álbum e faremos uma tournée com ele! 
Sim! Essa foi a primeira tournée cancelada, quando a pandemia começou, em 2020. Foi adiada 4 vezes! Tem sido tão frustrante esperar para ir lá e ver todas as pessoas a rockar na América Latina novamente, mal posso esperar para que isso possa ser feito e acontecerá na próxima primavera! Mas sim! É em março! 
Realmente espero que isso aconteça! Realmente espero ir lá! É sempre muito divertido tocar na América Latina! O público é tão selvagem, barulhento e é um prazer tocar lá! Sim! Espero muito por isso, mas ainda não sei como é que nos vamos preparar e o que vamos levar: que músicas e muito mais!


M.I. - Já vieram por várias ocasiões a Portugal, como ao Vagos Open Air 2013 e Lisboa ao Vivo, 2017. Que te lembras desses concertos? Pretendem voltar?

Já estivemos em Portugal algumas vezes, desde que estou na banda! Comecei a tournée, com os Sonata, em 2014! Acho que já estivemos algumas vezes em Portugal depois disso! Sim! Do concerto de Lisboa, tenho muitas boas lembranças e gostei muito da cidade também, porque pelo menos eu e o Tony, e muito pessoal que anda connosco, foi ver a cidade. Subimos ao monte, onde fica aquele castelo em Lisboa. É um lugar muito fixe! O que são essas coisas que vocês comem com o café? Pastelaria?


M.I. - Pastel de Belém!

(Risos) Oh sim! Isso é realmente bom! Sempre que vou a Portugal, vou lá!
Sim, sim, sim! Acho que ainda não temos datas para esta tournée, mas tenho certeza de que, em algum momento, iremos aí. Depende sempre dos nossos agentes de reserva, como será o encaminhamento e que locais ou promotores estão dispostos a receber-nos! Mas, definitivamente, voltaremos aí! 


M.I. - Pasi! Kiitos e que honra foi mais uma vez conversar contigo! Boa sorte com o novo álbum! Gostarias de deixar algumas palavras finais para os leitores da Metal Imperium e os fãs dos Sonata Artica?

Obrigado! Foi um prazer falar contigo e é claro que espero pelo lançamento do álbum e que muitas pessoas ouçam o álbum e gostem! Anseio muito pela tournée, é ótimo estar de volta à estrada, espero ver o maior número de vocês e dos teus leitores na tournée, quando andarmos em tournée!
Estou ansioso por isso!

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Entrevista por Raquel Miranda