Grindcore é um género com o qual me apaixonar à primeira vista ou simplesmente ignorar. Digo, por experiência própria, me sucedeu no caso do disco de estreia dos No Knows What The Dead Think e o disco de estreia a solo de Takafumi Matsubara. Ora, no caso do presente álbum, bastou-me ouvir “Voiceless Choir” e “Behind Closed Doors” para sentir que este não era um disco comum de grindcore.
“When Talking Fails, It’s Time For Violence” com os coros entre riffs e a agressividade da bateria é um excelente exemplo do que nos espera no álbum, isto falando dos singles. O álbum em si abre com “Darkest Burden”, grindcore tradicional, brutal e directo ao tema seguinte, “Broken Maze”, em que Arif demonstra um alcance vocal mais expansivo que nos demais temas em que o ouvimos até agora.
A bateria de Vijesh é imperdoável ao longo do álbum, mudando de dinâmicas consoante os riffs de guitarra, alterando a intensidade de um tema quando necessário, como se pode ouvir em “Doomsayer”, por exemplo.
Temas como “Seizures” funcionam como descanso dos temas agressivos ao longo do disco, sendo mais acessíveis ao ouvinte. Por sua vez, ao ouvir “Grieve” com o violino a distorcer gradualmente a opressão dos acordes de guitarra é extraordinário, e sendo colocado ao meio do disco, faz uma interessante divisão do mesmo.
Ao longo da sua meia hora, “Hiss”, tem vários temas a destacar, como os acima referidos, assim como “Sea of Disease”, com a escrita de Rasyid a mostrar-se cheia de ideias, muitas vezes com vários temas a dividirem-se com várias secções interessantes. Em conclusão, é um álbum que se torna mais interessante, à medida que se vai avançando, de forma a que quando chegamos ao final em “Glass Shards”, a violinista Myra Choo já se tornou um quarto membro da banda, apesar de só aparecer pontuamente, mas ser determinante na sua participação.
Nota: 8/10
Review por Raúl Avelar