É caso para dizer… finalmente. O tão aguardado regresso a Portugal dos Evanescence concretizou-se numa segunda-feira fria e chuvosa, mas seria preciso muito mais do que isso para demover os fãs que encheram quase por completo o recinto da praça de touros do Campo Pequeno. A acompanhar a banda de Amy Lee estiveram os Tigress, que faziam a sua estreia em terras lusas e que ficaram com uma ideia bastante clara acerca da efusividade do público português.
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Foram apenas 30 minutos de atuação, mas foram os suficientes para despertar todos os que fizeram questão de marcar presença cedo, de forma a assistir atempadamente à atuação da banda inglesa. O seu rock - com um cheirinho a pop -, não desiludiu ninguém. A simpatia da vocalista Katy Jackson, aliada a uma voz muito competente, são dois fortes ingredientes para o sucesso da sua atuação que se focou nos temas do seu álbum, "Pura Vida". Não faltaram, no entanto, músicas como “A Letter to Death” e “Headaches” - esta última teve o condão de pôr toda a plateia a saltar-, para além de “Disconnect”, que encerraria a atuação dos Tigress em grande estilo.
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Amy Lee e companhia entraram em palco pelas 21h00, para um Campo Pequeno que esteve muito perto de esgotar. É conhecida a enorme legião de fãs que a banda tem no nosso país e estes foram logo brindados com “Broken Pieces Shine”, seguida de “Made of Stone”. Se houvesse dúvidas acerca do atual estado da voz de Amy Lee, elas desfizeram-se logo ao segundo tema. Que pujança vocal. Parecia difícil acreditar que apenas sete dias antes, os Evanescence tinham sido forçados a cancelar a sua atuação devido a problemas de saúde que afetaram a sua voz.
Para além de apresentar o novo álbum, esta tournée visava também celebrar os 25 anos de existência da banda e isso possibilitou visitas a um passado já distante. A primeira delas foi com “Going Under”, que encantou todos, sobretudo os mais saudosistas. Durante parte do espetáculo, houve um piano em palco onde a vocalista interpretou, para além de um medley elaborado para esta tour, temas como: “Far From Heaven” e “Your Star”. Toda a banda estava agradecida pelo carinho com que estava a ser recebida e Amy não se cansou de retribuir, dizendo que este estava a ser o público mais barulhento até à data. Lembrou também a importância de sermos ouvidos. Estava dada a introdução para um tema forte, “Use My Voice”, onde não faltaram imagens da bandeira da Ucrânia. Na reta final do espetáculo o piano voltou ao palco para a interpretação de “My Immortal”, que motivou um belo momento, com o recinto emoldurado pelas luzes de isqueiros e telemóveis. Todo o público cantou este clássico e houve até quem chorasse ao fazê-lo. É este o poder que um tema com quase 20 anos carrega em si. Ainda faltava uma música, pois “Bring Me to Life” não pode faltar num concerto dos Evanescence e foi precisamente ao som desse “hino” que, após duas horas de atuação, a banda americana encerrou o concerto desta noite, com muitos aplausos, confettis e a bandeira das quinas à mistura.
Apesar de nunca mais terem composto temas tão fortes como na era de Fallen, onde Ben Moody participava na composição dos mesmos, os Evanescence continuam a lançar álbuns com regularidade e podemos contar encontrar neles sempre músicas com qualidade suficiente para manter viva a fidelidade da sua legião de fãs. O concerto desta noite, foi prova disso mesmo.
Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Prime Artists