About Me

Reportagem: Evanescence e Tigress @ Campo Pequeno, Lisboa – 12.12.2022


É caso para dizer… finalmente. O tão aguardado regresso a Portugal dos Evanescence concretizou-se numa segunda-feira fria e chuvosa, mas seria preciso muito mais do que isso para demover os fãs que encheram quase por completo o recinto da praça de touros do Campo Pequeno. A acompanhar a banda de Amy Lee estiveram os Tigress, que faziam a sua estreia em terras lusas e que ficaram com uma ideia bastante clara acerca da efusividade do público português.

Foram apenas 30 minutos de atuação, mas foram os suficientes para despertar todos os que fizeram questão de marcar presença cedo, de forma a assistir atempadamente à atuação da banda inglesa. O seu rock - com um cheirinho a pop -, não desiludiu ninguém. A simpatia da vocalista Katy Jackson, aliada a uma voz muito competente, são dois fortes ingredientes para o sucesso da sua atuação que se focou nos temas do seu álbum, "Pura Vida". Não faltaram, no entanto, músicas como “A Letter to Death” e “Headaches” - esta última teve o condão de pôr toda a plateia a saltar-, para além de “Disconnect”, que encerraria a atuação dos Tigress em grande estilo.

Amy Lee e companhia entraram em palco pelas 21h00, para um Campo Pequeno que esteve muito perto de esgotar. É conhecida a enorme legião de fãs que a banda tem no nosso país e estes foram logo brindados com “Broken Pieces Shine”, seguida de “Made of Stone”. Se houvesse dúvidas acerca do atual estado da voz de Amy Lee, elas desfizeram-se logo ao segundo tema. Que pujança vocal. Parecia difícil acreditar que apenas sete dias antes, os Evanescence tinham sido forçados a cancelar a sua atuação devido a problemas de saúde que afetaram a sua voz. 
Para além de apresentar o novo álbum, esta tournée visava também celebrar os 25 anos de existência da banda e isso possibilitou visitas a um passado já distante. A primeira delas foi com “Going Under”, que encantou todos, sobretudo os mais saudosistas. Durante parte do espetáculo, houve um piano em palco onde a vocalista interpretou, para além de um medley elaborado para esta tour, temas como: “Far From Heaven” e “Your Star”. Toda a banda estava agradecida pelo carinho com que estava a ser recebida e Amy não se cansou de retribuir, dizendo que este estava a ser o público mais barulhento até à data. Lembrou também a importância de sermos ouvidos. Estava dada a introdução para um tema forte, “Use My Voice”, onde não faltaram imagens da bandeira da Ucrânia. Na reta final do espetáculo o piano voltou ao palco para a interpretação de “My Immortal”, que motivou um belo momento, com o recinto emoldurado pelas luzes de isqueiros e telemóveis. Todo o público cantou este clássico e houve até quem chorasse ao fazê-lo. É este o poder que um tema com quase 20 anos carrega em si. Ainda faltava uma música, pois “Bring Me to Life” não pode faltar num concerto dos Evanescence e foi precisamente ao som desse “hino” que, após duas horas de atuação, a banda americana encerrou o concerto desta noite, com muitos aplausos, confettis e a bandeira das quinas à mistura.

Apesar de nunca mais terem composto temas tão fortes como na era de Fallen, onde Ben Moody participava na composição dos mesmos, os Evanescence continuam a lançar álbuns com regularidade e podemos contar encontrar neles sempre músicas com qualidade suficiente para manter viva a fidelidade da sua legião de fãs. O concerto desta noite, foi prova disso mesmo.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Prime Artists