“Live & Immortal” foi lançado pela Frontiers Music Srl, no dia 12 de agosto, e é um dos melhores álbuns ao vivo deste ano. Conversamos sobre a produção, mistura e a história da banda.
M.I. - Meus caros amigos alemães, obrigada por tornarem esta entrevista possível! Parabéns pelo lançamento do incrível álbum ao vivo!
Muito obrigado, Raque, é sempre um prazer…
M.I. - “Live & Immortal” é o nome do vosso álbum, que foi lançado através da Frontiers Music Srl, no dia 12 de agosto. Foi gravado no dia 30 de dezembro de 2016, na vossa cidade natal de Kaiserslautern e só entregue este ano aos fãs.
Porquê lançar este material agora? Que surpresas podem os fãs esperar?
É um empreendimento difícil gravar um evento como este – mas ainda maior, avaliar e encenar o material com 12 câmaras diferentes. Depois de termos gravado o concerto – já estávamos sob contrato para produzir os nossos próximos dois álbuns “The Ghost Experiment”, nos dois anos seguintes. Além disso, tivemos um grande trabalho encomendado para uma peça de teatro, “Last Paradise Lost”, - baseado no trabalho de John Milton, do início do século 17 – que acabamos de apresentar com grande sucesso em dois teatros. Neste gigantesco programa de temas atuais, havia um projeto que requeria muito tempo e atenção. Durante a pandemia – que aliás nos atingiu com força, tivemos tempo para trabalhar e produzir o DVD. O resultado é uma peça da história de Rock apaixonado com detalhes da nossa banda. Lideramos musicalmente, por assim dizer, através de toda a era do nosso trabalho. Andreas Lill, o nosso baterista, Björn Widmann e Oliver Barth, assumiram esse trabalho e criamos um documento contemporâneo amoroso e energético, no instante duma noite espetacular de concertos.
M.I. - As canções são em “Chronicles Of The Immortals”. Acham que são os vossos melhores álbuns até aos dias de hoje e as músicas desses álbuns ainda são as favoritas dos fãs?
Não, não necessariamente. Mas somos conhecidos por oferecermos sempre aos nossos fãs um tipo de concerto “Best of”. Naquela época, estávamos em tournée pela Europa, com os dois álbuns de crónicas. Por essa razão, esses dois álbuns são o foco.
M.I. - Temas nunca ouvidos antes foram adicionados, como “Scarlet Flower Fields”. Como foi o processo de composição? Podemos dizer que são faixas bónus? Podem contar-nos também a história delas?
Talvez isso tenha sido mal-entendido. As músicas não eram joias adormecidas na escuridão da gaveta de um músico – eram músicas comuns em diferentes álbuns. Mas nunca as tínhamos tocado ao vivo antes. Antes de termos andado em tournée pela Europa, perguntamos aos grupos de fãs que músicas gostariam que nós tocássemos. Baseamos a nossa seleção do programa do concerto nisso. Para esta série de concertos, tivemos alguns destaques para os nossos fãs.
M.I. - Este será o primeiro concerto a ser lançado num DVD/Blu-Ray na história da banda, que é de facto muito impressionante. Parabéns, mais uma vez! Terão alguns convidados ao vivo? Se pudessem convidar alguém, quem seria?
Já tínhamos lançado uma gravação em Atlanta, há alguns anos, mas este é na realidade o primeiro concerto ao vivo em DVD - não tínhamos convidados connosco nesta tournée. Há bandas como Avantasia e o Arjen Lucassen, que já andam a fazer isto há muitos anos e com sucesso, mas nós queríamos ser diferentes. Esta tournée deve ser a mais pura possível. Se pudesse convidar artistas, teria meia dúzia de ótimas pessoas, como os meus colegas de banda. Adoraria partilhar o palco com o Sting, a Anneke Van Giersbergen, o Oliver Sykes, o Peter Frampton ou o Alessandro Del Vecchio.
M.I. - “The Seraphic Live Works” foi documentado no ProgPower USA, em 2011, que é o festival mais importante da América. Para quem não conhece o festival, poderiam explicar de forma breve, o que é o festival e como é que os americanos vivem a experiência? Que diferenças notam de um festival americano para um europeu?
É o maior e mais reconhecido festival Prog na América. Fomos convidados duas vezes e foi uma grande honra. As pessoas lá são muito, muito abertas! Fizemos muitos amigos nos Estados Unidos! A audiência do concerto é diferente em cada país. Aqui, mesmo na Europa, não podes simplesmente generalizar tudo no mesmo parâmetro. As reações dos espectadores são diferentes na Alemanha, Itália, França, Holanda ou Inglaterra. Os escandinavos também são completamente diferentes. É importante decifrar as pessoas e, em seguida, celebrar a música com elas. É muito divertido em todos os lugares – uma vez que descobres isso.
M.I. - Entre estes dois álbuns ao vivo, em termos de gravação e mistura, qual foi o mais ousado? Irão fazer mais um como este, para celebrar uma ocasião especial, como um álbum ou aniversário?
Na América, toda a organização para as gravações dos concertos, foi assumida pela direção do festival. Quando decidimos implementar a gravação do concerto, já havia alguns problemas com a transmissão dos dados – algumas configurações da câmara estavam a faltar. Outras simplesmente desapareceram completamente. Com outros, o cameraman deve ter ido ao WC durante 10 minutos ou deve ter adormecido, pois estava apenas a filmar o teto do salão... – mas isso não deve expressar nada sobre o nível geral de profissionalismo. É simplesmente uma anedota. Na nossa cidade natal, queríamos fazer tudo pelas nossas mãos para o “Live And Immortal”... então, montamos tudo com 2 dias de antecedência. Durante o concerto, tivemos falhas no microfone e infelizmente não pudemos tocar 2 músicas. Podes ver que não podes planear nada até ao último detalhe. É a vida!
M.I. - Chegaram a ver alguma banda naquele festival que gostaram? Quais recomendam?
Não há nada que possa ser dito sobre isso. Nos festivais, sempre tentamos ver tudo o que é possível em termos de tempo. Para nós, essa é a maior coisa dos festivais. A união artística – há muito para descobrir. Especialmente em festivais como o ProgPower, Wacken, Bang Your Head, Sweden Rock... podes experimentar uma imensa variedade de arte musical, porque algo distingue cada banda e a torna especial.
M.I. - E quanto a tournée? Algum plano e países? Gostavam de vir a Portugal?
Sim! Gostaríamos de voltar a Portugal outra vez! De momento, ainda é muito difícil fazer planos de concerto devido aos efeitos da pandemia. Há muita organização envolvida. Se uma série de concertos deste tipo for cancelada – poderíamos não pagar a todos os nossos técnicos, que deixaram o tempo livre para isto. Esse é um dilema sobre o qual ninguém na cena gosta de falar – por isso, de momento, ainda estamos concentrados nas nossas ideias de estúdio.
M.I. - Obrigada mais uma vez, por tornarem esta entrevista possível. Algumas palavras finais para Portugal e os fãs portugueses?
Tivemos permissão para tocar uma vez em Portugal. Tenho o povo português no meu coração. Divertimo-nos muito. Lembro-me muito bem – fiquei mais 2 dias para comemorar o meu aniversário em Lisboa. Quando amigos portugueses descobriram isso, eles simplesmente vieram ver-me e proporcionaram-me um dia de maravilhoso!
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Entrevista por Raquel Miranda