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Entrevista aos Grimner


Quando pensam na Suécia, pensam em bandas incríveis de Metal. Grimner é uma dessas bandas! Cantam na sua língua nativa e abordam temas como história e mitologia nórdica, Vikings e muito mais.
“Urfader” foi lançado no dia 18 de novembro, pela Despotz Records, e é uma obra-prima!
Ted Sjulmark, guitarrista e vocalista, falou connosco e apresentou-nos o seu novo lançamento.

M.I. -  Rapazes. Obrigada, mais uma vez por responderem a algumas perguntas da Metal Imperium. Fico feliz por saber de vocês e espero que tudo esteja bem.

Obrigado também, o prazer é nosso! Está tudo bem connosco, muito trabalho para fazer com o novo álbum.

M.I. -  “Urfader” foi lançado no dia 18 de novembro, pela Despotz Records, e é uma obra-prima. Ainda segue a mesma direção do anterior: letras em sueco. Como foi o processo de composição desta vez, em relação ao álbum de 2018: “Vanadrottning”? Usaram mais mitologia e simbolismo viking? 

Sem dúvida e obrigado pelas palavras simpáticas. O processo de composição permaneceu praticamente o mesmo, mas a diferença é que fomos muito mais focados e específicos sobre o que queríamos, que se destacasse musicalmente de cada parte de todas as músicas. Trabalhamos mais do que nunca num nível detalhado, basicamente. Não acho que tenhamos usado mais ou menos mitologia e simbolismo, porque todas as nossas músicas são sempre sobre mitologia nórdica ou história viking, e é praticamente a mesma coisa, mas decidimos inclinar-nos um pouco mais para o lado mais sombrio da nossa herança pagã.


M.I. -  “Urfader” significa antepassado em sueco. Escreveram sobre a vossa herança nessa parte específica da História? Qual a importância dos Vikings para a Suécia, hoje em dia? Ainda celebram alguns dos seus legados, como um feriado?

Significa antepassado, mas também tem o significado de "pai antigo", literalmente. Neste caso, “Urfader” refere-se a Ymer (ou Ymir), o primeiro gigante, que foi morto e se transformou na Terra. Podes ver o título e a capa mais como uma homenagem à natureza e à criação. Algumas das músicas do álbum são, de facto, sobre eventos históricos da era Viking, já que gostamos de lidar com a História e a mitologia. A era Viking, e tudo o que veio com ela, sempre será algo importante para muitos de nós aqui, acho eu, mesmo que a maioria das pessoas não esteja ativamente interessada em História ou nessa herança. A nossa História antiga e crenças, estão à nossa volta, na vida quotidiana e também nos feriados. O solstício de verão é o melhor exemplo de feriado pagão, pois é celebrado da mesma forma que nos tempos antigos, e a maioria das pessoas aqui celebra-o. Muitas das nossas pequenas cidades e ruas têm nomes de deuses antigos, por exemplo, e há muitos exemplos de que ainda temos o legado à nossa volta, mesmo que muitos não pensem nisso.


M.I. -  E quanto à música? O que foi mais desafiador? Usaram algum instrumento folk tradicional?

A música e a letra foram igualmente desafiadoras, apenas de maneiras diferentes. É só uma questão de encaixar tudo da melhor forma, para que a música também conte a história. 
Temos sempre as nossas flautas, mas os restantes instrumentos folk, geralmente são para os músicos convidados.


M.I. -  Mikael, dos Apocalypse Orchestra, é convidado e toca o Hurdy-gurdy na canção “Helvandrarna”! Haverá mais convidados? 

Oh, sim! Também tivemos outros amigos que nos agraciaram com os seus talentos, Zino van Leerdam, dos Vanaheim no acordeão e Martin Björklund, dos Mercury X num dueto de violino com o Sebastian, dos Midvinterblot. Eles deram a algumas das músicas o sentimento de que estávamos à procura.


M.I. -  "Västerled" é traduzido para ''Westbound'' e é um antigo conto nórdico. Falem-nos sobre isso, por favor.

Sim! É mais ou menos uma recontagem histórica, em vez de um conto totalmente ficcional. É sobre o início da era Viking, quando os nórdicos invadiram o mosteiro britânico de Lindisfarne. Em vez de contar a história diretamente, decidimos contá-la a partir da perspetiva dos Vikings a regressar a casa com tesouros e escravos, o que acho que dá um certo sentimento à música.


M.I. -  “Helvandrarna” é a música mais pesada do disco e a tradução é ‘The Hel-Walkers’. Porque é que escolheram esta música como single? Contem-nos esta história, por favor! 

Nós escolhemo-la como single muito tarde no processo de produção, simplesmente porque acabou por ser um uma canção tão dura e pesada, o que não estava previsto nos processos iniciais. A produção do nosso engenheiro de som Jakob Herrmann deu-lhe muita intensidade. Como fala sobre guerreiros mortos que regressam à vida porque nenhuma vida após a morte os aceitaria, a música pesada e as letras tristes e violentas acabam por se fundir. 


M.I. -  Vocês ainda cantam na vossa língua materna, o que soa muito bem. Na vossa opinião, acham muito difícil escrever letras em inglês neste género de Metal, em particular? Os fãs entram em contacto convosco a pedir mais informações sobre as músicas?

Obrigado! Não é que seja difícil, porque pode ser feito, como mostram muitas bandas. Nós sentimos que escrever em sueco, ou qualquer língua escandinava, quando lidamos com assuntos escandinavos antigos, simplesmente combina melhor com a nossa música. E sim, recebemos um monte de perguntas sobre os assuntos das nossas letras, e temos traduções no nosso site para aqueles que são curiosos!


M.I. -  Vocês tocaram no Månegarm Open Air, um importante festival sueco para bandas de Folk Metal. Acontece em Norrtälje, 70 km a norte de Estocolmo, no Museu da Indústria Pythagoras. Pythagoras é um dos poucos museus industriais remanescentes e intactos do mundo e está localizado em terreno elevado a apenas 100 metros do centro da cidade. Como é que foi para vocês? Falem-nos mais sobre o ambiente, por favor. Eles projetam o espaço como uma vila Viking, etc? Que bandas tocaram?

É um ótimo ambiente, vistas maravilhosas e muitas coisas interessantes acontecem. Há alguns artistas e ofícios lá, e esperamos ver mais e mais a cada ano. Ainda é um festival jovem que vai continuar a crescer, e estamos animados para ver o quão longe os gajos em Månegarm serão capazes de levá-lo. Este ano, tocamos com, por exemplo, Einherjer, Istapp e Moonsorrow. É realmente uma grande variação de bandas novas e antigas, principalmente dentro do ramo Pagan e Folk do Metal. Estamos super animados para ver o que acontecerá no próximo ano!


M.I. -  E uma tournée fora da Suécia? Algum plano? Podem falar-nos mais sobre isso?

Estamos com alguns planos para alguns festivais fora da Suécia, mas nada está definido ainda. Para já não podemos dizer muito mais do que isto, infelizmente!


M.I. -  Que bandas deste género é que vocês apreciam? Conhecem alguma portuguesa?

Nós somos fãs de Finntroll e Korpiklaani, por exemplo, mas também bandas como Einherjer, que são menos do lado Folky e alegre. Pessoalmente, não conheço bandas portuguesas, mas adoraria ouvir algumas!


M.I. -  Rapazes, obrigada mais uma vez!! Podem deixar algumas palavras para os fãs portugueses, por favor?

Obrigado a você também! Nós adoraríamos ir até aí e dar um concerto ou dois, e tenho a certeza de que iremos no futuro. Até lá, rock on e salve Tor!

Ouvir Grimner, no Spotify

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Entrevista por Raquel Miranda