É sabido que os Gojira mudaram algumas vezes de pele ao longo da sua carreira. Outrora uma banda de death metal, evoluiu para algo mais progressivo e atualmente mune-se bastante do groove o que consequentemente a afastou de uma sonoridade mais técnica. Numa entrevista ao canal colombiano Radioacktiva - que pode ser visualizada abaixo - o baterista Mario Duplantier explica o motivo desse afastamento que passa muito pela mecânica de tocar em estádios e festivais:
"Não é muito intelectual; não é muito mental; é mais orgânico. Nós tocamos e, quando ouvimos algo fixe, dizemos: 'vamos'. Não tem que ver com a tentativa de angariar mais público.
"Eu tenho de ser muito honesto: o motivo de fazermos tantas digressões prende-se com o facto de sermos acima de tudo uma banda ao vivo; 90 por cento da nossa vida é feita na estrada. Portanto, nós fazemos o soundcheck e damos concertos; soundcheck, concertos, soundcheck… Uma e outra vez, é como um círculo gigante. Fazemos a Europa e os EUA repetidamente, às vezes a América do Sul, Ásia; é uma loucura. Por isso, quando compomos a música, queremos tocar temas agradáveis e que talvez possam também ser tocados ao vivo.
"E não é uma coisa consciente; não estamos a tentar fazer algo para angariar mais pessoas. Só queremos divertirmo-nos em palco e talvez fazer algo por vezes mais simples. Porque quando tocas música muito técnica e começas a tocar em arenas, estádios e festivais – grandes festivais – percebes apenas que se for demasiado louco, demasiado técnico, não funciona de todo."
Por: Bruno Porta Nova - 26 setembro 22