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Entrevista aos Nihility



Com o lançamento do mais recente álbum “Beyond Human Concepts”, o Mário Ferreira, vocalista da banda nacional de death/black metal, “Nihility”, contou-nos um pouco mais sobre o projeto, de forma a relembrar que em Portugal também se faz muito boa música!

M.I. - Imagino que escolher um nome para a banda, que seja do agrado de todos os membros, não seja tarefa fácil. Como foi para vocês?


Antes de mais, queremos agradecer o convite para esta entrevista, é sempre um gosto trabalhar com a Metal Imperium.
No nosso caso foi relativamente fácil a decisão do nome, nenhum dos membros presentes hoje em dia na banda faz parte da formação original. Quando nós chegamos à banda, o nome já estava escolhido, foi algo com o qual não tivemos que nos preocupar.


M.I. - Estando numa banda de death, num país tão pequeno, alguma vez sentiram algum tipo de discriminação ou preconceito?

Acho que toda a gente já teve aqueles olhares menos agradáveis ou algum julgamento de personalidade só porque gosta de metal, nenhum de nós é diferente, já passámos por isso. Mas nada de muito preocupante.


M.I. - O que fazem agora, a nível musical, vai de encontro ao objetivo que tinham inicialmente?

Sim vai, nós sempre tivemos uma ideia bastante concreta do que queríamos fazer, mas nunca nos prendemos apenas ao que soava a Death/Black Metal. Aquilo que nós queremos mesmo é soar a nós próprios, o que hoje em dia não é de todo fácil, mas penso que já chegamos à nossa identidade e sermos únicos da forma que conseguimos dentro daquilo que é o Blackened/Death Metal.


M.I. - Como é que aprenderam a tocar os instrumentos? E relativamente aos vocais, quão difícil foi aprender?

O Luís e o Renato tiveram uma experiência muito semelhante, ambos os pais deles já tocavam os instrumentos, o pai do Luís tocava bateria e o pai do Renato tocava guitarra, portanto eles foram aprendendo a ver os pais tocar e a darem-lhes conselhos de como deviam prosseguir. O Miguel aprendeu a tocar baixo através de vídeos no Youtube, tornando-se autodidata. O Afonso teve aulas de guitarra desde muito novo, e quanto aos vocais, também foi com o auxílio dos vídeos (vantagens da nossa geração) e a tentar imitar aquilo que outros vocalistas faziam. Foi um processo de cerca de 6 anos e que, honestamente, ainda não está concluído.


M.I. - Que bandas ou artistas serviram de base para os Nihility?

Imensas! Entre elas estão Morbid Angel, Behemoth, Decapitated, Vader, Archspire, Slayer e muitas outras, mas estas serão talvez aquelas que tiveram um maior impacto no nosso som em geral.


M.I. - Qual foi a melhor e a pior coisa que aconteceu em palco?

A melhor não tenho a certeza qual terá sido, talvez o facto de podermos partilhar o palco com bandas das quais somos fãs, como os Benighted no Laurus Nobilis, por exemplo. Também o facto de ao longo destes anos todos conhecermos muita gente, fazer novas amizades, conhecer novos sítios, etc…
Entre as piores, uma que me marcou, foi na apresentação do nosso álbum “Beyond Human Concepts”, onde tínhamos alguns cameramans no palco, pois estávamos a gravar o videoclip para a nossa música “The Religious Dogma”, e um dos rapazes (sem querer, logicamente) pisou a tomada que tinha a guitarra do Afonso e o baixo do Miguel ligados, e durante um bom bocado ninguém sabia o que se estava a passar, só sabíamos que não tínhamos som sem saber o motivo.


M.I. - Onde e quando foi o melhor concerto que deram, e porquê?

É um pouco difícil escolher favoritos, mas entre aqueles que demos até hoje, talvez os dois concertos de apresentação do “Beyond Human Concepts” no Porto no Hard Club, e em Lisboa no RCA, porque foram os primeiros depois de muito tempo sem nada por causa da pandemia.


M.I. - Houve algum momento nas vossas vidas em que tenham pensado que isto era, realmente, o que queriam fazer?

Ainda temos esse pensamento, e lutamos todos os dias para tornar o sonho realidade, e havemos chegar lá certamente.


M.I. - Relativamente ao álbum mais recente, “Beyond Human Concepts”, em que se basearam para o gravar?


O “Beyond Human Concepts” tal como o “Thus Sopke the Antichrist” foram inspirados em livros escritos por Friedrich Nietzsche, este último álbum foi inspirado na obra “Beyond Good and Evil”.


M.I. - Sendo este o primeiro álbum depois da pandemia, sentiram que esta teve algum impacto?

O impacto que a pandemia teve em nós foi o “Beyond Human Concepts” em si. Visto que não íamos conseguir estar muitas vezes juntos por causa do confinamento, o Renato e o Luís, que moram relativamente perto um do outro, conseguiam juntar-se no estúdio, onde começaram a compor e a gravar a pré-produção do álbum. Já tendo o esboço gravado (guitarras e bateria), o resto da banda foi opinando e acrescentando o restante, mais nomeadamente vozes e baixo através da internet.


M.I. - A derradeira questão: qual é o vosso álbum favorito dos Nihility?

Para mim, Mário, para o Luís e o Miguel, não conseguimos decidir qual gostamos mais. Para o Renato e o Afonso o consenso é o “Beyond Human Concepts”.


M.I. - Como banda, que sonho ainda não concretizaram?


Ainda temos muitos sonhos para concretizar, cada membro da banda tem os seus próprios, mas como banda, o nosso maior sonho seria correr o mundo, tocar nos maiores festivais de metal que existem e continuar a fazer música com as pessoas que gostamos.

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Entrevista por Mariana Gouveia