Segundo dia de Vagos, foi também o dia do thrash, mosh pits e crowd surfing. Em 2013, as coisas tinham corrido mal e Vagos recebeu um mau concerto de Testament. Pois desta, a banda de Eric Peterson, Alex Skolnick e Chuck Billy, soube redimir-se e marcou uma das melhores atuações em Portugal e provavelmente com a maior audiência de sempre, talvez exceptuando da vez que atuaram no Altice arena com Judas Priest e Megadeth.
Mas a tarde começou no palco Amazing, com os lisboetas Reverent Tales e o seu metal de death progressivo. Raquel Nunes e seus companheiros abriram o palco secundário com temas do seu álbum «Visceral» de 2020. Estiveram bem para banda de abertura, tarefa sempre ingrata. Engraçados também os franceses Lecks Inc, com a sua batida ritmada, ainda no mesmo palco.
Apesar da animação providenciada por Alekto, foi Mordaça a ter o maior mosh pit até à data. A banda de Salgado e companhia, trouxe o hardcore ao festival, numa tarde quente, pela temperatura e pela actuação do grupo onde pontua o vocalista Foito.
Seguiram-se dois nomes históricos. Primeiro, no Palco Vagos, os holandeses Asphyx, deram um excelente concerto de thrash, aquecendo todos os presentes para o que vinha a seguir. Da formação apenas resta o vocalista Martin van Drunen. Soube bem escutar as malhas mais clássicas.
No palco Amazing, outros veteranos, também contando apenas com o vocalista da formação original. Os norte-americanos Heathen, são excelentes músicos e bem animados, mas é a voz e atitude do vocalista David R. White que brilha.
A partir daqui foi sempre a escalar na importância dos nomes e da sua posição no thrash. «Persona Non Grata» é um excelente disco de Exodus, mas a banda de Gary Holt animou as hostes realmente, com os clássicos «Piranha», «Bonded by Blood» e «Toxic Waltz». À semelhança de 2019, um segurança fez crowd surfing. Desta vez ao som de Exodus.
Tarantula não arrancaram bem, talvez pela falta de rodagem, mas a boa receção do público fez com que a banda dos irmãos Barros recuperasse para um final apoteótico, ao som de clássicos como «End of the Rainbow», «Lusitania» e «Dream Maker».
Testament foram, então, os grandes cabeças-de-cartaz. Mais estáticos que Exodus, mas tendo Alex Skolnick na guitarra, também não precisavam de mais. Além disso, há todo um pacote de clássicos incontornáveis que hoje tornam Testament mais populares que nunca. «The New Order», «Into The Pit», «Disciples of The Watch» e «Alone in the Dark», estão lá para o recordar.
O festival encerrou com um post black deslocado no cartaz, que acabou por não resultar tão bem. Os austríacos Harakiri For The Ski terão de ter uma nova oportunidade por cá, mas não, certamente, num festival como este. Para o terceiro e último dia, espera-se a maior enchente de sempre, com Emperor como cabeça de cartaz.
Fotografias por Tânia Fidalgo
Agradecimentos: Vagos Metal Fest / Amazing Events