No final do Laurus Nobilis Music Fest, talvez o dia mais homogéneo, mesmo assim não isento de uma nova mudança.
Foi uma homogeneidade que beneficiou da diferença o doom de Basalto, o rock melódico de Blame Zeus e o death de Nihility. Dos três, Basalto era o único nome anunciado antes do princípio do festival. Abriram e estiveram claramente acima dos outros. Melhor preparação, e um tipo de música que encaixa bem em qualquer palco, mesmo que um com escasso público e debaixo de Sol. Ao mesmo tempo, eram a banda com menos fãs, o que resultou estranho.
Blame Zeus, deram um bom concerto mas encaixariam melhor num outro tipo de cartaz. Já os Nihility deram um concerto curto, para o qual tiveram escassas horas para se prepararem.
Os espanhóis Eternal Psycho, conseguiram apelar mais em termos visuais, mas a sua música soa datada e não exibiram muitos argumentos para terem feito a viagem. Com tantas substituições, estas não souberam recair sobre os projetos menos interessantes.
Já os franceses Benighted deram um excelente concerto. Teria sido giro, ver em combinação com Decaptitated, para perceber qual o mais interessante. A banda de Julien Truchan não só foi a primeira a criar um verdadeiro mosh pit neste dia, como uma das melhores no balanço dos três dias.
Banda que ofereceu um concerto intenso e surpreendeu, foi Downfall of Mankind. Certamente que trazendo um som talvez menos apelativo aos mais velhos ou enclausurados em duas ou três vertentes do metal. Afinal o deathcore não é para todos. Entre jogos de luz e trevas, com muito fogo pelo meio, Lucas Bishop cavalgou o som criado pelos restantes elementos. Partilhou palco com dois outros vocalistas, um deles Julien Truchan, e provocou a única wall of death do festival. Misto de mestre de cerimónias com guerreiro solitário. Resultou bem, beneficiaram de um dos melhores palcos que pisaram, até hoje, por cá.
Finalmente chegaram Lacuna Coil. Aprecie-se ou não a banda, foi um concerto profissional, desprovido de egos e a dar ao público aquilo que ele merece: Música. Boas luzes, uma Cristina Scabbia carinhosa e comunicativa. Um Andrea Ferro ativo, mas sem pretender roubar o protagonismo da cara do grupo. Direito à estreia, europeia, de um novo velho tema, «Tight Rope», rearranjado para os seus vinte anos, e alguns clássicos do grupo, e mesmo um que não sendo do grupo, foi apropriado por eles, «Enjoy the Silence», de Depeche Mode. Depois de tantas atribulações, estiveram à altura das expectativas criadas ainda em 2020. Acabaram o festival quase saindo aos ombros de um público que se pensaria ser mais, mas foi o possível. Até 2023!!
Reportagem por Freebird
Agradecimentos: Laurus Nobilis Music Fest