Desde que os concertos regressaram com a sua frequência mais habitual, assim também o público tem aderido cada vez mais aos espetáculos, e a avaliar pela enchente à volta do LAV, esta seria uma noite a não perder. Após vários concertos encaixados em festivais desde o início da sua tour de verão pela Europa, os ucranianos Jinjer atuaram na nossa capital pela primeira vez em nome próprio, desta vez acompanhados pelos nacionais Sotz e Okkultist.
O concerto teve início com a atuação dos portuenses Sotz, que se encontravam a apresentar diversos temas do seu mais recente álbum “Popol Vuh”. Contando já com cerca de um ano e meio pelos ouvidos de muitos fãs, esta obra, inspirada pela civilização maia e repleta de death metal intenso, demonstrou o sucesso que tem feito e o público que tem alcançado ao longo deste tempo. Na verdade, apesar de se ver uma sala ainda com algum espaço para preencher, como é já habitual para as bandas de abertura, era notório o apoio e aplausos da plateia ao longo da performance e posso afirmar com toda a segurança que os Sotz a conseguiram preencher na sua totalidade com o seu instrumental feroz e a voz implacável de Dan Vesca, que tem uma projeção de que poucos se podem gabar. Chegando ao fim do set com “Prospects of Pakal” e uma plateia mais bem composta, era claro o entusiasmo que se fazia sentir, qual injeção de adrenalina que prepara a audiência para o resto da noite.
Chegava agora a vez dos Okkultist e perante eles já se observava a sala a encher cada vez mais. Se não se esgotaram os bilhetes, pouco faltou. A banda subia ao palco acompanhada de uma sonoridade ritualística e marcada pelos aplausos da plateia, que focava agora os olhares na entrada em cena de Beatriz Mariano, com um visual que antecipava e prometia entregar tudo o que o álbum “Reinventig Evil” tem de maléfico e brutal. Os riffs lacerantes e o tone ao estilo old school death metal, perfeitamente capturados em “Back from the Dead”, faziam sobressair os guturais de Beatriz Mariano (perfeitamente destacados e bem nítidos na mix), um anjo feito demónio, caído no LAV, que era o centro das atenções pela sua incrível presença em palco e performance vocal nada tímida. As faixas “Plasmodium” e “Sign of The Reaper” ilustram bem aquilo a que me refiro, onde já se fazia sentir a energia a manifestar-se na vontade de estar no pit, estendendo-se até mesmo para alguns que se encontravam no balcão.
Chegava agora a vez dos Okkultist e perante eles já se observava a sala a encher cada vez mais. Se não se esgotaram os bilhetes, pouco faltou. A banda subia ao palco acompanhada de uma sonoridade ritualística e marcada pelos aplausos da plateia, que focava agora os olhares na entrada em cena de Beatriz Mariano, com um visual que antecipava e prometia entregar tudo o que o álbum “Reinventig Evil” tem de maléfico e brutal. Os riffs lacerantes e o tone ao estilo old school death metal, perfeitamente capturados em “Back from the Dead”, faziam sobressair os guturais de Beatriz Mariano (perfeitamente destacados e bem nítidos na mix), um anjo feito demónio, caído no LAV, que era o centro das atenções pela sua incrível presença em palco e performance vocal nada tímida. As faixas “Plasmodium” e “Sign of The Reaper” ilustram bem aquilo a que me refiro, onde já se fazia sentir a energia a manifestar-se na vontade de estar no pit, estendendo-se até mesmo para alguns que se encontravam no balcão.
Após vários minutos de intervalo, subiam agora os Jinjer ao palco, com uma entrada de rompante pela vocalista Tatiana Shmailyuk. A setlist tem início com “Call me a Symbol”, também esta a faixa de abertura do último álbum da banda, mas não foi até “I Speak Astronomy” que os moshpits começaram verdadeiramente a fazer transparecer a intensidade que se fazia sentir na sala, atingindo o ponto alto em “Sleep of the Righteous” e “As I Boil Ice”, onde os seguranças não conseguiam ter descanso com o incessante crowdsurf. Isto sim foi uma boa demonstração do grande sucesso da obra “Wallflower.
Para “surpresa” de todos os fãs e introduzida como “uma música que já não tocamos há algum tempo”, a banda visitou novamente o álbum “King of Everything” com a música… adivinharam, “Pisces”! Fazendo brilhar mais uma vez a fantástica performance vocal de Tatiana. Confesso que há certas bandas e vocalistas que simplesmente sabem fazer mexer o público, que possuem uma forte presença em palco, que nos deixam de olhares colados, mas de pé irrequieto. É verdade que foram escassas as vezes em que Tatiana se dirigiu ao público, mas nenhum momento foi desperdiçado e não faltaram também as palavras e gestos de apoio à Ucrânia, dada a situação atual de guerra no seu país de origem, onde público e banda se uniram para gritar “Fuck Putin”, dando entrada à “Home Back”. A noite encerrou com “Colossus” no encore, deixando o público, que ainda parecia ter mais energia no tanque, a aguardar pelo regresso da banda. Um espetáculo fantástico, como já tanta falta fazia.
(ver mais fotografias do evento aqui)
Texto por Miguel Matinho
Fotografias por Rita Almeida
Agradecimentos: Amazing Events