Segunda passagem dos Viralata pelo RCA Club em menos de seis meses. Se no final do passado ano o objetivo foi a apresentação do mais recente trabalho, O Último Pôr do Sol, na noite de hoje, esse passava por comprovar que estes novos temas encaixam na perfeição nos seus concertos, juntamente com os mais antigos, que são já autênticos hinos punk rock.
Este concerto no RCA Club foi o segundo de uma série que a banda tem já agendada para 2022 e que a levará a percorrer o país de norte a sul. Em algumas dessas datas será acompanhada pelos No Time to Waste, tal com aconteceu nesta noite. Esta jovem banda algarvia encontra-se a promover o seu álbum de 2020, que é um disco repleto de temas interessantes, como tivemos ocasião de comprovar. Desde “Walk Away” até “Mr. President”, sem esquecer “Model Citizen”, que teve o condão de despertar o público presente que até então, apesar de numeroso, parecia reticente em se aproximar do palco. A última música da noite foi “They´re Lying”, que encerrou uma atuação muito boa dos No Time to Waste. Duas guitarras irrequietas, um baixo que se faz ouvir, um bom vocalista e um excelente baterista, são alguns dos ingredientes que fazem desta banda uma daquelas a seguir com atenção.
Eram 23h10 quando se apagaram as luzes da sala e começou a intro que anunciava os Viralata. Em pano de fundo encontrava-se a capa do último trabalho e foi precisamente por aí que atacaram com “Duelo no Ecrã”, para logo de seguida interpretarem “Estrelas Decadentes”. Com a sala muito bem composta, o pouco espaço livre em frente do palco foi aproveitado pelos mais festivos e não foi preciso esperar muito para que as habituais subidas ao palco começassem. Malhas como “Buraco”, Burguês” e “Assalto” foram tão vividas pelo público como as mais recentes, prova inequívoca que os Viralata continuam bons compositores. Existem, porém, temas que já atingiram um outro patamar e isso ficou provado com “Famel”, cantada dentro e fora do palco.
Este era um concerto punk rock e João Ribas não foi esquecido. Seria o seu 57º aniversário e os Viralata fizeram questão de o lembrar. Viralata que são, neste momento, inegavelmente, uma das melhores bandas do género. O número de público que acompanha os seus concertos é disso um forte indicador. A festa estava a chegar ao fim, demasiado depressa, mas houve ainda tempo para “Estamos Juntos”, música que parecia ir encerrar a noite, não fosse o caso de ainda faltar um tema que marca sempre presença nos seus espetáculos. Existem malhas que atingem uma enorme dimensão e que fazem delas isso mesmo, malhas, hinos. Isso ficou provado quando, para o encore, o público não chamou pela banda, mas sim pela “Ivone”, nome do tema que ainda faltava para encerrar este concerto da melhor forma possível. Sempre simpáticos e com uma energia contagiante, a banda cantou com toda a sala, salientando os atributos da dita senhora - numa versão que até teve direito a samba- e pondo assim um ponto final numa atuação de uma hora e vinte minutos de pura festa e alegria.
Reportagem por António Rodrigues
Agradecimento: Rastilho