Casa cheia no RCA Club para testemunhar o regresso dos RAMP aos concertos, após um intervalo de dois anos imposto pelo Covid 19. Na bagagem, a banda trazia o seu mais recente trabalho de originais, “Insidiously”, que tencionava apresentar ao público lisboeta, neste que marcava o dia oficial do seu lançamento. A primeira parte ficou assegurada pelos Revolution Within que se deslocaram de Aveiro para presentearem o público com uma descarga de thrash/groove metal.
O início da atuação dos Revolution Within deu-se pontualmente às 22h00, para uma sala que se encontrava já muito bem composta e que o ficaria ainda muito mais, logo que a intro, “Nebula”, começou a ser ouvida por aqueles que ainda se encontravam no exterior. A banda tem andado na estrada com o intuito de promover o seu mais recente álbum: “Chaos”. Foi esse o mote, aliás, para praticamente toda a primeira metade da sua atuação, nele incidindo maioritariamente a escolha dos temas interpretados, sendo que na segunda, a opção caiu sobre malhas dos seus anteriores trabalhos. Pura descarga de energia que terminou ao som de “Silence”, não que sem antes tivesse existido um wall of death, aquando da interpretação de “Pure Hate”. 17 anos de Revolution Within, o vocalista não se esqueceu de o referir, sem que a banda mostre sinais de querer abrandar. Era quase meia-noite quando os Ramp entraram em palco para uma casa completamente cheia, O RCA estava “ao barrote” como se costuma dizer. Não se tratava de uma banda qualquer e sim, de um dos porta-estandarte do metal nacional. São já 34 anos de existência, com os normais altos e baixos, alterações na formação, mas sobretudo muitos êxitos. A curiosidade sobre o novo trabalho era também ela muita, já que se passaram 13 anos desde o lançamento de Visions, o anterior álbum e “Flesh of God”, tema que a banda disponibilizou através de um vídeo, mostra os RAMP com uma sonoridade bastante agressiva, mais ainda do que já nos havia habituado. Este espetáculo viria a comprovar isso mesmo.
Os primeiros dois temas, ambos recentes, confirmaram essa tendência e foram bem recebidos pelo público presente, mas foram clássicos como “In Sane” e “How” que fizeram com que cantasse com a banda. O regresso ao novo disco foi feito através de “Flesh of God”, para de seguida interpretarem “Alone”, naquele que foi um dos momentos altos da noite, com o RCA a cantar a uma só voz em determinados momentos do tema. Toda a seleção das músicas foi muito bem elaborada, sem deixarem de alternar novas, com clássicos.Após a apresentação dos novos integrantes dos RAMP e feitos os habituais agradecimentos, esta quase hora e meia de atuação, que pareceu passar “a voar”, terminou com chave de ouro, através de um encore que incluiu: “All Men Taste Hell”, “Black Tie” e que se concluiu com “Try Again”, um regresso às origens conforme o vocalista Rui Duarte fez questão de referir.
Excelente espetáculo, excelente atuação de ambas as bandas, naquele que foi seguramente um dos melhores concertos dos últimos tempos.
Texto por António Rodrigues
Fotografias por Igor Ferreira
Agradecimentos: Rastilho
