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Reportagem: Master, Eternal Storm, Mass Disorder @ RCA Club, Lisboa – 03/04/2022


Dupla oportunidade para os fãs portugueses de Master - e do death metal em geral - poderem assistir em solo nacional aos concertos daquele que é já para muitos, uma lenda viva, no que diz respeito à música mais estrema. Depois de na véspera terem encabeçado o festival Porto Deathfest, onde também se fizeram acompanhar pelos Eternal Storm, Paul Speckmann e os seus companheiros checos desceram até à Capital, para uma noite não recomendada, de todo, a quem não se identificasse com estas sonoridades mais agressivas. 

É que para além do death metal (bruto e sujo) dos Master; dos Eternal Storm (que também se dedicam ao death metal, embora com nuances melódicas), o cartaz desta noite incluía ainda os nacionais Mass Disorder, que pretendiam não deixar fugir a oportunidade de mostrar ao público presente no RCA, que também sabem dar bons concertos.

Foi precisamente a banda vinda de Setúbal/Almada que deu início a esta noite de música. Apesar de a sua discografia incluir o E.P. The Way to Our End, foi ao seu álbum Conflagration que estes thrashers foram buscar os temas que apresentaram durante a sua atuação. O facto de a sala se apresentar um tanto despida, no que à assistência diz respeito, não desanimou os Mass Disorder. Foram 40 minutos de pura energia e qualidade devidamente aproveitados por todos os que fizeram questão de estar dentro da sala, pontualmente às 20h00, hora indicada pela organização para o início do evento. Com um aniversariante em palco, os Mass Disorder ofereceram 40 minutos de pura festa, sobretudo para aqueles que participaram, ou se deixaram envolver no moshpit que rapidamente se instalou junto ao palco.


Os Eternal Storm, oriundos de Madrid, tiveram a responsabilidade acrescida de nesta noite conseguirem, pelo menos, manter o público num grau de satisfação semelhante àquele conseguido pelos Mass Disorder. Não era tarefa fácil, o death metal destes espanhóis é mais trabalhado, vivendo muito dos melódicos solos de guitarra de Jaime Torres. A banda iniciou o concerto com “Through the Wall of Light”, retirada do seu recente álbum: Come the Tide, mas ficou claro que estava nos seus planos visitar os anteriores trabalhos, incluindo mesmo “The Great Wings of Silence”, tema incluído no split de 2014, Elemental Nightmares – V. A sua atuação terminou com “Boundaries of Serenity”, mas antes houve tempo ainda para apresentar “The Void”, um tema novo.


É sabido que Paul Speckmann tem uma legião de fãs espalhados por todo o mundo. Portugal não constitui exceção e percebe-se um contentamento na comunidade “metaleira”, sempre que são anunciados concertos seus no nosso país. São quase 40 anos de Master, dezenas de álbuns gravados e milhares de espetáculos dados, um pouco por todo o mundo. Espetáculos esses que ficam na memória - por boas razões - e nos fazem aguardar com ansiedade pela sua próxima visita. O desta noite não foi exceção. Aos primeiros acordes de “Master”, o público aproximou-se rapidamente do palco e o moshpit regressou ao RCA. 

Fazendo sempre uso da sua característica pose em palco, os clássicos foram sendo debitados para gáudio de todos os presentes. Músicas dos anos 90 como: “Pledge of Allegiance” e “Terrorizer”, foram intercaladas com outras mais recentes, numa combinação destinada a não dar tempo de descanso a ninguém. Uma hora e quinze minutos que souberam a pouco. Para o final este trio tinha guardado outro clássico: “Pay to Die”, tema com que finalizou o seu espetáculo numa excelente noite de música, proporcionada pela Metals Alliance.


Texto por António Rodrigues
Fotografia por Sabena Costa
Agradecimentos: Metals Alliance