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Entrevista aos Deathhammer


Estão todos convocados para a guerra! Os Deathhammer são um duo norueguês, que lançou este ano, o seu 5º longa-duração – Electric Warfare. Thrash veloz, violento, primitivo é o que Sergeant Salsten e Sadomancer têm vindo a fazer desde 2006. Estivemos à conversa com estes dois filhos do demónio, em vésperas de atuarem no Barroselas Metal Fest (com Autopsy).

M.I. - Olá! Daqui é o Ivan! Como estão? Obrigado por esta entrevista!

Sergeant Salsten: Olá, estou bem. Acabei de sair do trabalho, fui buscar um grande saco de erva e o LP Tco of Death, dos Extra Hot Sauce. Estou agora a ouvi-lo com uma cerveja gelada. Thrash de excelência!


M.I. – Porreiro! Ok, em primeiro lugar, parabéns pelo último álbum! Rápido, brutal, visceral, representa tudo o que é verdadeiro Thrash Metal!

Sargento Salsten: Obrigado, sim, é uma cena agressiva!

M.I. – Começando e voltando um pouco atrás, para contexto... Como se conheceram e por que decidiram formar uma banda?

Sargento Salsten: Conhecemo-nos num concerto de Mayhem, no início de 2005. Já andávamos a falar um com o outro, há algum tempo. Entrámos em contacto porque ficámos ambos impressionados com o Tempo of the Damned, dos Exodus, um álbum que tinha acabado de ser lançado. Andávamos cheios de raiva, pensávamos que a maioria das bandas que existiam não prestavam e tínhamos uma vontade sinistra de dar uma sacudidadela infernal.


M.I. - Porque sempre permaneceram como um duo? Porque não recrutar elementos para uma estrutura mais "tradicional" (3, 4 ou 5 elementos)?

Sargento Salsten: Podemos fazer tudo sozinhos, por isso, não há necessidade. Provavelmente, levaria mais tempo a fazer as coisas, com mais pessoas e nós já somos muito lentos.


M.I. – Ok, por isso, sendo uma dupla, torna a composição de canções um processo mais simples. Há menos interferências. Como é o vosso processo? Partilham canções, metem-se nas ideias um do outro...?

Sargento Salsten:  Sim, é uma boa dinâmica, fazemos tudo muito intuitivamente. Fazemos as canções a solo, mas também colaboramos bastante. No Electric Warfare, não fizemos nenhuma canção juntos, mas vamos fazê-lo no próximo ataque.


M.I. – Que mensagem pretendem transmitir com Electric Warfare?

Sargento Salsten: Destruição total e morte!


M.I. – Electric Warfare não só é o vosso álbum mais longo, como também o que tem as canções mais longas. Foi devido a um maior intervalo entre álbuns? Tinham mais conteúdo?

Sargento Salsten: Nem por isso. O Sadomancer estava num estado de fazer alguns épicos, mas as minhas canções não são particularmente longas.
Sadomancer: Acabou por ser assim, naturalmente. Não estava a pensar "agora vou fazer uma merda épica e longa". Tinha apenas muitos riffs e peças que se encaixavam bem.


M.I. – Claro que este álbum foi pensado muito antes dos acontecimentos atuais e, na altura, estávamos longe de saber o que aconteceria... Mas, agora, não deve ser uma boa altura para lançar algo relacionado com guerras. Por outro lado, o Thrash sempre foi um género de "luta". Lida quase sempre com problemas sociais e políticos, guerras, controlo do Estado... Poderá, portanto, ser o momento mais relevante possível?

Sargento Salsten: Na verdade, é o lançamento mais perfeitamente cronometrado de todos os tempos! Saiu no dia em que a guerra começou.


M.I. – No vosso dia a dia, praticam essa "luta"? Se sim, de que forma? Ou só se externalizam através da música?

Sadomancer:Nem um pouco. Estamos muito confortáveis aqui na Noruega.


M.I. – O vosso som vai buscar muito das primeiras bandas Speed/Thrash – Sodoma, Slayer, Kreator, Exodus, até Iron Maiden. Quais são as vossas influências mais distantes deste tipo de som? O que ouvem e que é o mais longe de Thrash?

Sargento Salsten: O mais longe de Thrash teria que ser o super descontraído rock progressivo de Camel e parecidos. Estão a tentar fazer com que o ouvinte se sinta confortável e relaxado. Mas Camel são o máximo!
Sadomancer: A maioria das influências distantes de Deathhammer… Hmmm, teria de ser Fates Warning ou algo assim, mas como mencionaste Maiden- e algumas pessoas comentaram sobre o som clássico heavy metal/speed-riffing deste álbum, faz parte do nosso som, de qualquer maneira. É tudo um grande caldeirão de metal verdadeiro. Acho que música ambiente seria a mais distante, já que muitas vezes nem sequer tem batidas. 


M.I. - Só por diversão... Se tivessem de remover um dos Big 4 (de Thrash) para incluir Deathhammer, quem removeriam?

Sargento Salsten: Testament é uma porcaria!
Sadomancer: Megadeth, sem sombra de dúvida. 


M.I.- Levam a imagem do metal muito a sério (o couro, os coletes, as correntes...). Acham que sem isso, a vossa música/mensagem não ia sair tão bem? A imagem é realmente necessária ou a música pode falar por si?

Sadomancer: A música deve ser capaz de falar por si mesma, com certeza. Todos se podem vestir e agir, mas transmitir sentimentos em bruto, é outra coisa.


M.I. - Se tivessem de apresentar Deathhammer a alguém que não conhece a banda, só através de uma única canção vossa, qual seria? Qual vos representa melhor?

Sadomancer: A melhor que nos representar, agora, seria, certamente, uma das nossas novas canções do nosso próximo álbum que começámos a gravar nos últimos dias. Para além disso, todos eles são representativos, de alguma forma. 


M.I. – Vindo de um país onde o principal género do metal é o black metal e que nos deu tantos grandes nomes como Burzum, Darkthrone, Mayhem, Emperor, Enslaved, Dimmu Borgir, Imortal... Como é tentar ter sucesso no Thrash?

Sargento Salsten: Bem, já havia algumas bandas thrash, algumas delas brutais, como Infernö e Ghoul-cult. É um país de Black Metal claro, mas sempre houve thrash por aí, especialmente no leste. Condor – Unstoppable Power, é uma obra-prima!
Sadomancer: Além disso, essas bandas que mencionaste, tiveram os seus grandes dias nos anos 90, que é há 30 anos.


M.I. - Têm outros projetos (Impugner, Torpedo, Black Viper, Conflagration...) ... Algum deles vai avançar mais regularmente?

Sergeant Salsten: Torpedo deve estar morto, mas Impugner está ativo. Há uma demo muito recente chamada Advent Of The Wretched e acabámos de tocar o nosso primeiro concerto numa noite de death metal em Oslo com os totalmente perversos, Abhorration.
Sadomancer: Black Viper está sempre a trabalhar em algo novo. Gravámos um EP no ano passado, que estará concluído em breve e o nosso segundo álbum Solitary Gates será gravado este ano.


M.I. – Acho que já estiveram em Portugal uma vez. E voltarão aqui para atuar em Barroselas! O que acham do público português? E o que esperam do concerto?

Sargento Salsten: O público era bom, era bastante selvagem! Acho que vai ser doentio tocar com os poderosos Autopsy.


M.I. - Que outros planos ao vivo (digressões) têm planeado?

Sargento Salsten: Estamos a planear fazer uma digressão com Nunslaughter, nos EUA, em novembro. Estamos a começar a falar sobre isso, mas espero que dê certo. Nunslaughter matam!


M.I. – Já estão a gravar o próximo álbum. Quando sairá? 

Sargento Salsten: Temos o novo álbum ensaiado e pronto para gravar. Vai rasgar! Mas estas merdas levam tempo, por isso não prendas a respiração.


M.I. – Para quem quer saber mais sobre a banda, comprar os álbuns e o merchandising, onde podem ir?

Sargento Salsten: Vão a Hells Headbangers.


M.I. – Últimas palavras para os nossos leitores?

Sargento Salsten: Caga-me na gaita!


M.I. – Porra!... Mais uma vez, obrigado pela entrevista! Estamos à vossa espera. Continuem a fazer o que fazem tão bem e até à próxima!

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Entrevista por Ivan Santos