About Me

Reportagem: Hammer Smashed Fest @ RCA Club, Lisboa - 26/02/2022


Após o adiamento das duas primeiras datas, o RCA esteve muito bem composto de gente para assistir à segunda edição do Hammer Smashed Fest. Apesar de, aquando da abertura de portas, ainda não se ver muita gente por ali, os espetadores surgiram em força ainda para ver a primeira banda tocar. 


Os Vøidwomb abriram as hostilidades e embora o pessoal da linha da frente ainda estivesse algo acanhado no que a mosh e circlepit diz respeito, as faíscas que pairavam no ar já faziam prever que depressa se instalaria o caos (no bom sentido, obviamente). A mescla de death, black e doom foi um excelente início para o Hammer Smashed Fest.


Logo a seguir seguia-se uma das bandas mais esperadas do cartaz: os Bas Rotten. De regresso ao RCA após a fantástica devastação que foi a sua última passagem por esta sala, o público presente mostrava-se ansioso para ouvir o quinteto lisboeta disparar a sua mistura explosiva de grind, crust e crossover. Se dúvidas restassem, os Bas Rotten voltaram a mostrar o porquê de serem uma das bandas mais solicitadas pelo público com mais uma fantástica e eletrizante atuação.


Logo depois foi a vez dos Nagasaki Sunrise, banda que também esteve muito recentemente no RCA, e que por qualquer motivo parece que vicia a quem vê os seus concertos. Com um Charged Pacific Rim Crust Punk of War (como a banda se auto caracteriza), a banda conseguiu puxar muito bem pelo público.


Segue-se o death grind crust dos Vai-te Foder e foi aí que nos começámos a afastar do palco, já que o público explodiu logo que o primeiro acorde da banda foi tocado, para conseguirmos prestar atenção ao que e passava em cima do palco e ao seu redor. Uma autêntica descarga por parte dos Motorcrust Junkies que fez jus à energia que a banda deposita nas suas composições e nas suas atuações ao vivo.



Surgem os Bleeding Display, uma banda que ainda não tinha a tido a oportunidade de os ver ao vivo, e fomos brindados com uma espetacular atuação de death metal puro e duro. Em termos visuais, o vocalista Sérgio Afonso também consegue atrair para si bastante atenção. A cereja no topo do bolo foi a cover de Cannibal Corpse (Hammer Smashed Face), que tão bem conjuga com o nome do festival.


Os Dead Meat eram a antepenúltima banda da noite e foram talvez um pouco injustiçados pela hora e pela banda que tocava a seguir, já que muita gente se retirou do recinto para poder jantar. A banda de brutal death metal veio de Castelo Branco até Lisboa para mostrar o porquê de serem uma das maiores referências nacionais do género.



Ainda na celebração dos seus 30 anos, os Simbiose subiram ao palco para darem ao público aquilo a que estão habituados: crust, grind e hardcore, tudo misturado para um resultado que inevitavelmente leva as salas ao rubro. De referir as participações de Hugo Rebelo, primeiro vocalista da banda, e de Marcos, vocalista de Scúru Fitchádu. Uma atuação que se estendeu um bocadinho para lá da hora, mas quem manda são os fãs!


Para o fim ficaram os Diskord. O trio norueguês de death metal foi talvez um pouco injustiçado pelo cansaço que já se fazia sentir entre o público. Mas não se podem atribuir quaisquer responsabilidades à banda, já que não deixaram créditos por mãos alheias e deram o seu melhor em cima do palco.

Sobre a organização do evento, estivemos ainda um bocadinho à conversa com o Samuel Garganta e questionámos sobre a dificuldade (ou não) de garantir o mesmo cartaz após dois adiamentos seguidos (que se estenderam por 2 anos), ao que a resposta foi um redondo não, que mesmo a questão dos Diskord virem de fora não trouxe grandes dificuldades. É fantástico ver este compromisso que as bandas tiveram com a organização e o Hammer Smashed Fest foi muito bem conseguido, com a garantia de um próximo!


Texto por Ricardo Moita
Fotografia por Sabena Costa
Agradecimentos: Hammer Smashed Face