“Trisagion” é o último álbum do coletivo inglês Ethereal Shroud, “último” não apenas como o mais recente mas igualmente o ponto final na carreira desta one man band, sendo que Joe Hawker transmitiu que não iria continuar com o projeto após o lançamento deste “Trisagion”. Composto por três expansivos temas, a qualidade do registo evidencia-se logo de início nos 27 minutos de “Chasmal Fires”: riffs hipnóticos que oscilam entre a selvajaria do black metal e a melancolia do doom metal, tudo isto coberto por um véu de texturas harmoniosas que dão a todo o disco uma essência de complexidade e beleza frágil. Até aqui tudo bem, é um tema poderoso, sim, mas o que mais surpreende é a acessibilidade do tema e a forma como o mesmo flui tão organicamente que nem parece ter a duração que tem. Os outros dois temas seguem esta mesma linha, com “Astral Marineer” a mostrar a banda a querer explorar uma ainda mais ampla variedade de estruturas musicais, se bem que nem sempre da formar mais eficiente, o que leva ao +único ponto negativo deste disco: por vezes a banda insere passagens contemplativas que acabam por soar um pouco forçadas, contudo, por serem momentos tão curtos e tão facilmente esquecidos face à grandiosidade do resto da música, isto não passa de um pequeno incómodo que, se calhar, não vai incomodar toda a gente.
Ethereal Shroud termina por aqui, com dois álbuns de black/doom metal atmosférico e com uma carreira curta, mas deixaram uma bela marca no mundo da música com este tríptico magnífico.
Nota: 8.5/10
Review por Tiago Neves
