M.I. - Como começaram a carreira musical?
Apesar de sermos todos do mesmo sítio, todos nós já tivemos experiências diferentes, e vastas, na música. Eu (Max, guitarra), a Tina (baixo), e o Luís (guitarra) começámos uma banda de covers em 2013, chamada Last Minute Gig, à qual o Ginga (bateria) eventualmente também se iria juntar. Entre isso, o Ginga já tinha bastante experiência a tocar para várias bandas e projetos pelo país, enquanto que eu e a Tina seguimos os nossos estudos em música. À medida que nós evoluímos como músicos, também quisemos evoluir a música que a gente tocava, e aqui começámos a compor os nossos originais. Esta mudança também veio com a adição do Carvalho (voz) à banda, que também sempre esteve ligado à música, seja por projetos variados, como em algumas bandas populares. E pronto, com pequenas mudanças aqui e ali, aqui nos encontramos hoje.
M.I. - Quem são as maiores influências?
Ainda que um pouco cliché, a verdade é que somos todos influenciados por coisas bastante diferentes, apesar de haver também influências comuns aos cinco: bandas como Tool, Deftones, Gojira, Alice in Chains, são influências que levamos sempre "perto de nós". Mas acho que um dos nossos pontos fortes é o facto de cada um ouvir e apreciar outros estilos de música, e isso faz com que, indireta ou diretamente, influencie o impacto de cada um na energia da banda, tanto a nível criativo como a nível interpretativo.
M.I. - Como descrevem a música que produzem?
Em termos de género musical, diria especialmente progressivo, mas também alternativo com um toque de "heavy metal puro" ali misturado. Se for em termos qualitativos, sempre gostei do termo impactante, pois acho que é algo de que estamos sempre à procura, e uma das formas de fazer com que os elementos e as sensações ligadas com cada música nos faça sentir e faça com que os outros sintam. Conceptual, também um termo que é bastante usado entre nós, nomeadamente a nível artístico e sónico. Mas acima de tudo, acreditamos que é original e real.
M.I. - Qual é o objetivo ou a mensagem que tentam passar?
Em termos musicais, não considero que tenhamos um único objetivo a transmitir: praticamente cada música fala sobre algo diferente, de forma diferente. No entanto, talvez em termos sónicos a conversa possa ser outra. Algo que procuramos sempre, seja em termos de composição, produção, tratamento sonoro, artístico ou interpretativo, queremos que a música que nós tocamos transmita a energia pura que nós sentimos em relação a ela. Queremos que ela soe exatamente como nós a imaginamos, que a música que vão ouvir no telemóvel, no computador, etc., seja a música que vão ouvir ao vivo. Obviamente, a experiência é outra, mas a base das bases, a música, que esteja lá "nua e crua", e trabalhamos incansavelmente para atingir isso. Pode parecer um conceito lógico, mas acho que é uma noção que se está a começar a perder um pouco na indústria musical.
M.I. - Tencionam evoluir o estilo musical ou estão satisfeitos com o que têm feito?
Estamos muito satisfeitos com o que conseguimos fazer para este álbum. É um som que em si evoluiu continuamente ao longo dos anos até chegarmos ao produto que temos hoje. Neste caso, não me importo de utilizar o termo “evoluir”, pois realmente houve uma evolução/melhoria do som desde o nosso início, naturalmente. Agora, se vamos evoluir o som futuramente? Não acho que seria muito correto dizer, pois evoluir envolve algum tipo de melhoramento. Se vamos desenvolver o nosso som? Sim, sem dúvida, e é algo que já começou a acontecer. Acho que é natural que as bandas desenvolvam a sua música à medida que vão avançando, pois no fundo o som e a música parte de quem está a compor, e a gente não se mantém igual para sempre. Olhem para a discografia dos Tool, por exemplo, claramente se ouve a maturação pessoal dos membros, no som que cultivaram nos álbuns à medida que o tempo foi passando, mas aquele “toque pessoal” mantém-se sempre!
M.I. - O que se pode esperar do novo álbum?
Acho que, definitivamente, as pessoas podem esperar uma “viagem”, do novo álbum. Vamos-vos levar para muitos lados diferentes, e vai haver uma mistura de nostalgia com singular. É novo, cheio de potencial, e acreditamos mesmo que pode ser uma lufada de ar fresco no panorama do Metal português.
M.I. - O que fazem fora da música que contribui para a banda, no sentido da criatividade?
É uma ótima questão. Cada um tem a sua vida fora da música, claro, mas a música, com banda ou sem banda, acredito, está lá sempre. Nós todos trazemos ideias novas à mesa, seja de uma banda que um de nós descobriu, seja de um vídeo no YouTube ou no Instagram de alguém a explodir-nos a mente, e as experiências de cada um contribui sempre, sempre, para a direção que nós tomamos.
M.I. - Depois do lançamento do álbum, quais são os planos?
Correr o país e tocar para tudo o que for e não for gente! Ou pelo menos, dadas as condições atuais, acreditar nessa possibilidade e fazer por isso.
M.I. - Qual o melhor sítio em que tocaram e porquê?
Bem, é uma questão muito simples de responder, porque a verdade é que ainda só demos um concerto, oficialmente, que nós organizámos, para apresentar a banda. E isto muito porque a nossa apresentação veio mesmo a calhar na altura em que apareceu o COVID-19, pois tínhamos planos para muito mais. Mas deu-nos tempo para trabalhar no álbum, e refinar as músicas e o nosso som. O que vale é que nenhum de nós é estranho a atuações ao vivo, portanto acreditamos em nós para dar um show do caraças seja onde for.
M.I. - Onde gostariam de tocar?
Como o Carvalho diria, “Já devíamos estar no Wacken c******!”.
Oiçam o nosso single de estreia “Like Crows” no YouTube, em breve em todas as plataformas! Temos muito orgulho em finalmente poder partilhar isto com vocês todos. Podem encontrar-nos no Instagram (@tocsinband) e Facebook (/wearetocsin) para ficarem a par do lançamento do álbum.
Ouvir Tocsin, no Spotify
Entrevista por Mariana Gouveia