Ora bem, permitam-me que comece por referir que desconhecia estes Existence:Void. Uma vergonha, eu sei. Pior, dando uma vista de olhos aos membros, leio com grande gosto Crystalline Darkness, sem desprimor algum para com as restantes, obviamente. Não, não soa a C.D.; ainda bem que não soa a C.D., soando a algo... próprio. O rótulo associado a E:V é o de Avant-garde Black Metal, seja o que isso for (eu e rótulos...), mas é bastante interessante. Este não é, por norma, o Black Metal que me cativa, mas há algo de distinto, algo de singular para o panorama nacional, e mesmo internacional. Há uma visível mostra de tecnicismo, mas quiçá o aceite por não ser uma demonstração “gratuita”, se é que me entendem. Tendo a preferir a Música na sua forma mais crua e singela, mas estes E:V não são propriamente isso. De momentos violentos a detalhes delicados, estes senhores percorrem todo um espectro de Música, como poucos. Há aproximações ao Black Metal Sinfónico dos anos 90, bem executadas, singelas, exemplarmente colocadas... serão estes senhores os sucessores dos Sirius no trono do Sinfónico nacional lá fora? Atenção: qualquer leitura que mencione uma possível comparação, é falácia. Estes E:V são donos de um som muito próprio, mas comparações, equiparações, são inevitáveis, infelizmente. Há uma dicotomia interessante: em momentos soa a Passado, noutros soa a Futuro. Engraçado como conseguiram, de forma tão equilibrada, fazer esta fusão de... sonoridades. Que mais? Ide ouvir. Sois, como eu, “velhos”? ides encontrar pontos de contacto com o que vos fez apaixonar pelo género, ao mesmo tempo que nos mostra que este não está morto, e em constante mutação / evolução.
Nota: 8/10
Review por Daniel Pinheiro
