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Entrevista aos Hollow


Uma torre pode significar muitas coisas, mas também música e crescimento. Foi o que Andreas Stoltz, o compositor responsável deste incrível álbum explicou à Metal Imperium.
“Tower” foi lançado no 26 de novembro de 2021, pela Rockshots Records e tem uma vibe muito positiva.
O Andreas também contou a história por trás deste projeto e a contribuição do baterista Stalder Zantos.
Deixem que a vossa torre interior vos guie!

M.I. - Olá, rapazes. Como é que estão? Obrigada por esta entrevista. Para aqueles que não vos conhecem e ao vosso trabalho, poderiam contar um pouco da vossa história e que tipo de música é que tocam?

Os Hollow são uma banda bastante antiga. Começamos nos anos 90, gravamos um álbum que mais tarde chamou a atenção da Nuclear Blast e foi lançado através deles. Lançámos outro álbum através da Nuclear Blast no ano seguinte, mas logo depois acabou. Tive um problema de ouvidos e tive de deixar a música durante dez anos. Mas está tudo a correr melhor e tento cuidar bem dos meus ouvidos. A música é Heavy Metal com algum Power Metal e também com alguns elementos progressivos.


M.I. - O vosso álbum chama-se “Tower” e foi lançado no dia 26 de novembro de 2021, pela Rockshots Records. Segue-se “Between Eternities of Darkness” de 2019, que marcou o retorno da banda após um hiato de 20 anos. Podem contar-nos o que aconteceu durante o hiato?

Como mencionei, os Hollow deixaram de existir enquanto banda no final dos anos 90. Quando me reiniciei na música, entrei para uma banda de covers, escrevi música, toquei guitarra (nos álbuns) e cantei nos Binary Creed e lancei dois álbuns com eles. Quando deixei os Binary Creed, tinha muito material. Por isso lancei essas canções como Hollow.


M.I. - Ao passo que “Between Eternities Of Darkness” era um conto negro e trágico, “Tower” é um conto de transformação e enfatiza a possibilidade de mudança e de crescimento, mas também a responsabilidade de cada pessoa de fazer a melhor escolha. Quão pessoal são estes dois álbuns para ti e o processo lírico de cada um deles foi diferente? Foi difícil?

Não estive em nenhuma situação semelhante à história do BEOD, mas estou muito preocupado com o bem-estar dos jovens e das pessoas que estão expostas às condições das suas vidas. Muitas pessoas estão vulneráveis e esta vulnerabilidade leva-as a lugares maus. “Tower” por outro lado, tem muito a ver com o que tenho andado a explorar nos últimos anos. Recentemente tornei-me vegan, como uma forma de minimizar sofrimento animal e também fazer o que for necessário para ajudar o planeta. Talvez isto tenha a ver com o meu interesse por meditação, terapia mental e as partes sobre como tentar levar uma vida boa, amável e grata. Em “Tower”, propus-me a descrever a transformação de uma pessoa para uma vida melhor, para ela/ele mesmo e para os outros. Por isso é que estamos aqui, acho eu.


M.I. - Por se tratar de um álbum conceitual, com a ambição de expressar uma história, é preciso ouvi-lo desde a primeira faixa até à última, para captar a sua essência. A história é principalmente sobre nós, já que estamos presos na nossa “torre”. Existe algum sentimento interno que cada música representa? Como é que decidiste cada sentimento para cada faixa?

A maior parte das minhas músicas costumam ser melancólicas. Existe uma tristeza inerente nesta existência. Cada encontro tem uma separação inevitável ligado a ele. Em algumas canções, também existe frustração e paixão. Eu evito usar a palavra “zangado”, apesar de existirem passagens agressivas aqui e ali. Não quero etiquetar as canções de forma a não influenciar a interpretação das pessoas.


M.I. - A música também simboliza o álbum como um todo. Combina elementos de Progressive Metal/Rock, Power, Melodic Death e Thrash. O melhor álbum dos Hollow até aos dias de hoje. Que elementos adicionaste, que achaste que faltaram no álbum anterior?

Obrigado! Fico muito feliz que tenhas gostado. Uma diferença são as próprias canções. Escrevi canções mais curtas neste álbum e tentei manter o álbum abaixo dos 40 minutos. Muitos dos meus álbuns favoritos são curtos. Trabalhei juntamente com o Stalder (bateria) neste e as suas sugestões e ideias, contribuíram muito para estruturas, omissões e às vezes também melodias na maioria das canções.


M.I. - Soa ao início dos anos 2000, com coros contemporâneos. Que bandas dessa era te influenciaram para criar um som tão fantástico, principalmente as guitarras?

Ouço muito Melodic Death Metal e gosto muto de Bleed From Within. Há sempre muita coisa a acontecer no compartimento das guitarras e acho que podes ouvir isso ocasionalmente. Eu gosto de guitarras que contribuam com as músicas, não apenas como suporte aos vocais, e posso mencionar Sean Blosl e Lenny Rutledge dos Sanctuary como grandes fontes de inspiração daquela época.


M.I. - O Baterista Stalder Zantos, que também teve participação em “Between Eternities Of Darkness”, é um elemento forte neste álbum. Como foi trabalhar com ele? Há mais convidados no álbum?

Há muitas partes fantásticas de bateria no “Tower” e às vezes dou por mim a ouvir principalmente a bateria. Stalder tem uma excelente inteligência musical e tem sempre o melhor de cada música na cabeça. Se a bateria precisar de ser mais calma para promover certos aspetos das guitarras ou das vozes, é isso que ele faz. Não concordamos com tudo no “Tower, mas compromissos são uma das coisas boas de se trabalhar em conjunto. Não há convidados no “Tower”, infelizmente. 


M.I. - Que música foi mais difícil de escrever, produzir e misturar? E a mais fácil? E qual é a tua favorita?

“Sunrise” foi difícil. Coloquei algum esforço no refrão e tive de refazê-la várias vezes. A mistura foi feita por Massimilian Flak e tivemos um diálogo muito gratificante durante o processo de mistura. Uma das minhas favoritas é “A Home Forgotten”. Há uma forte qualidade emocional nessa música.


M.I. - Que bandas/cantores te influenciaram para este álbum e no teu dia-a-dia?

Bleed From Within novamente. Mas tenho de mencionar Crimson Glory, Lethal, Queensrÿche, Sanctuary and Nevermore também. Existem muitas bandas incríveis para ouvir!


M.I. - É um pouco cedo, mas existem planos para uma tournée no próximo ano? Quando, datas e países? Portugal talvez?

Nada está decidido ainda. Temos de ver como é que o “Tower” será recebido e que interesse pode haver em um concerto dos Hollow.


M.I. - Muito obrigada por esta entrevista. Alguma palavra final para os fãs, a Metal Imperium e Portugal?

Para todos os fãs novos e antigos: Obrigado pelo vosso apoio! Estou surpreso que alguns de vocês nos acompanhem desde os tempos da Nuclear Blast. Seria maravilhoso poder partilhar convosco algumas canções dos Hollow num palco algum dia. Ser capaz de tocar o coração de alguém com a minha música é o objetivo. Cuidem-se!

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Entrevista por Raquel Miranda