As premissas temáticas do Black Metal há muito que mutaram para abarcar toda uma nova panóplia de temas. Uns são próximos daqueles que automaticamente associamos com o género, outros são estranhos e externos ao mesmo. Assim sendo, fugimos do castelos, e rumamos ao espaço com o Sr. Brett Clarin, que decidiu conceber um projeto que assenta, a nível musical, num Black Metal Sinfónico com toques de Death Metal, ao qual se acrescentam, aqui e ali, elementos industriais, envolto numa temática deveras fora deste Mundo... textualmente. Ao lerem sinfónico, não pensem em Emperor; pensem mais em Limbonic Art; mas mesmo assim, talvez não seja a melhor descrição, caramba. O produto final é deveras, arrojado. De referir que de 1996, ano de edição de “Life is a Near Death Experience”, 1.º álbum, o Sr. Brett manteve J.I.D. em silêncio até 2020, quando edita “Multitudes of Emptiness”, portanto 2 álbuns em 2 anos seguidos, é uma vitória. “Infinite Disillusion” recorre a elementos sinfónicos na medida exata, e aqui remete-me para Sirius, ou até mesmo uns Dimmu Borgir quando sabiam que eram Black Metal (flame on, fanboys), ou até mesmo Arcturus em momentos mais tresloucados! Quando o músico coloca de parte, quase totalmente, os elementos Death Metal, consigo encontrar muitos mais pontos de interesse, mas aqui reside o meu gosto musical, única e exclusivamente (pelo que não devereis qualificar a obra pelas minhas palavras). A produção soa, bastantes vezes, como soavam vários álbuns de Black Metal Sinfónico há 20 anos e mais, o que é fantástico! A capacidade criativa é inegável, e basta ver quão longe chegará esta no imenso espaço que nos rodeia.
Nota: 6/10
Review por Daniel Pinheiro