Uma das (muitas) coisas positivas acerca da internet é esta possibilidade de músicos que vivem longe uns dos outros, de criar Arte sem qualquer constrangimento. Um em cada ponta do Globo Terrestre, acesso à internet... Black Metal. Será isto a evolução do Bedroom Black Metal, ou estará na mesma linha deste? Fuck it... Gorr é a colaboração entre um músico nortuguês e um músico norte-americano, ambos com imensa experiência no cenário da música, sendo que um dos membros está por trás do projeto de nome Neckbeard Deathcamp, que há uns anos criou algum burburinho no Underground devido à temática. Em jeito de curiosidade, ambos os músicos criaram, em 2017, ...Under a Full Moon. Falemos de Gorr: a música... é Black Metal, e mais algumas coisas. Custa-me imenso usar o termo enfadonho (ou desinspirado), mas é desta forma que olho para a música criada pela dupla. Para lá da pouca qualidade do Black Metal apresentado, a banda por vezes “salta” para o Death Metal – por instantes até soa a Flórida, se é que me entendem – para depois regressar ao Black Metal. Pessoalmente, não encontro pontos de interesse, mas temos que ver a situação deste prisma: o género em si deu origem a mil e uma variantes, e dessas variantes brotaram outras tantas variações, pelo que se torna um tanto ou quanto difícil perceber onde encaixariam estes Gorr. Este distanciamento do objeto em análise é difícil; tendo em conta que se trata de uma análise, aquele que analisa tem que seguir linhas suas, por assim dizer. E a música? Ora bem: passamos por momentos Black Metal, outros Death Metal, ritmos lentos e arrastados (quase Doom, quase), vocalizações sofridas e plenas de angústia. Ainda assim, soa-me a vazio, a desinspirado. Curiosamente, a 1.ª malha será, quiçá, a mais bem conseguida. É pena que as restantes não sigam o caminho desta.
Nota: 6/10
Review por Daniel Pinheiro