10 anos depois, Baal ressurge. Das terras geladas da Covilhã, o grito solta-se. Foi tempo a mais, sem dúvida alguma, e era algo que não esperava. Assim sendo, foi com bastante agrado que recebi as novidades do regresso de Arcannus (Inner Helvete, Vómito na Cruz, War Master, Immanis e War Cult Supremacy). O multi-instrumentista traz-nos, uma vez mais, o seu Black Metal Atmosférico (temos em atenção o peso do rótulo, e o risco de limitar a sonoridade do artista), neste que é o 3.º trabalho desde a sua formação em 1999... tantos anos, já?! Não pensem que estamos perante o vulgo Black Metal Atmosférico, aquele que nos “pinta” paisagens bucólicas e belos bosques outonais. E o título?! Que mensagem teremos por trás de tão críptico título?! Para quem conhece a geografia de Portugal, ainda que vagamente, saberá que a zona geográfica de onde descende o artista por trás de Baal é propícia à criação de sonoridades mais dadas à melancolia e a uma teatralizada depressão sonora (não DSBM, por favor). Um pouco à semelhança de nomes como Drudkh, também Baal serve de veículo musical para aquilo que o rodeia: cores outonais e a Natureza morta, aguardando a Primavera para se reerguer. A produção é cristalina quanto baste, o que vem engrandecer a música, dando-lhe uma dimensão imensa! Não contava com este regresso, e não contava que fosse um regresso tão forte e estruturado. As vocalizações, de Arcannus, enchem a música, alimentam-na; a bateria está soberba, e sinto que é esta que comanda o passo deste álbum. Belíssimos riffs, tristes e pesados... repito-me: não esperava este regresso, mas fiquei sobejamente entusiasmado para o que virá a seguir, e que não tarde 10 anos a chegar.
Nota: 7/10
Review por Daniel Pinheiro