Os condicionalismos causados pelo Covid, que foram adiando que este concerto, também limitaram o número de espetadores, mas foi uma sala bem composta que recebeu a banda, pouco passava das 20h30. Antes disso, cada um dos presentes teve direito a um bilhete (autêntica obra de arte por si só) e um CD com o primeiro E.P. da banda “Eyes Without Soul”, devidamente autografado. Ao chegar ao seu lugar tinham também à sua espera um cachecol com o logotipo da banda, o que viria a permitir umas coreografias muito interessantes ao longo do espetáculo. Nada foi deixado ao acaso, portanto.
No que à música diz respeito, não estamos aqui a falar de uma qualquer efémera banda paralela, que daqui por uns tempos se dispersa, sem que venhamos a ouvir falar mais deles. Os Allgema não pretendem ser “apenas” mais uma banda. Com cerca de um ano e meio de existência, este quinteto é composto por músicos experientes com enorme paixão pela música e cientes de que este projeto tem pernas para andar. Embora a sua sonoridade se enquadre, segundo os próprios, dentro do Heavy Metal, a busca pela originalidade levou-os a explorar zonas mais agressivas dentro do género, não só através da voz de Edgar Alves, mas também de todo o instrumental, que impõe ritmos fortes a todas as composições.
A experiência de todos os integrantes dos Allgema ficou patente pelo à vontade com que se movimentavam em palco (e por vezes fora dele), sendo que Edgar, não estando preso a nenhum instrumento, não se cansou de puxar pelo público, fazendo-o do primeiro ao último minuto. “Eletric” deveria encerrar a atuação dos Allgema, ou talvez não, pois por esta hora era percetível que faltava ainda “Welcome Underground”, tema forte cujo videoclip tem circulado pela Internet. Foi assim apenas meia surpresa que a banda fosse chamada de volta ao palco para interpretar essa música. A surpresa maior veio depois, quando foram novamente chamados para novo encore (este não estava claramente previso) para repetirem “Sex & Coffee” e encerrarem dessa forma um concerto daqueles, para mais tarde recordar.
Texto por António Rodrigues
Fotografias gentilmente cedidas pelos Allgema
Agradecimentos: Allgema