Dos anos 70 até aos dias de hoje, os Saxon são sem dúvida um dos nomes mais reconhecidos na indústria. Eles continuam em força, mantendo-se ocupados até mesmo numa era caótica no meio de uma pandemia. Talvez por isso não tenhamos obtido as respostas detalhadas que pretendíamos. Independentemente disso, eis o que Biff teve a dizer.
M.I. – Olá! Em primeiro lugar, gostaríamos de vos agradecer por nos terem concedido esta entrevista, é uma honra para nós podermos estar a entrevistar esta banda de estatuto lendário e com uma carreira tão longa na indústria da música. Como têm passado e como têm lidado com todos os confinamentos e restrições impostos pela pandemia?
Temos estado a compor e a gravar, visto que não temos tido trabalhos ao vivo. Temos de fazer o melhor que podemos e agora é altura de sermos criativos.
M.I. – Ora, “Inspirations” é um álbum repleto de covers, com 11 faixas, de Rolling Stones a Black Sabbath. O que vos inspirou a lançar “Inspirations”?
Divertimo-nos muito a tocar em conjunto e a oferecer algo diferente às pessoas durante o confinamento. E foi positivo para nós que a editora discográfica tenha sugerido a criação de um novo álbum. Foi então que surgiu a ideia de um álbum de covers – adorámos essa ideia e pusemos mãos à obra.
M.I. –Qual destas 11 faixas diria que é sua favorita e porquê?
Não tenho uma favorita. Sinceramente diria que gosto de todas.
M.I. –Parece que se divertiram imenso ao gravar estas faixas, com tantos temas animados e riffs fortes. Tinham outras músicas em mente que deveriam ter sido incluídas no álbum e que, por algum motivo, tenham sido removidas da versão final? Se sim, quais e por que motivo foram eliminadas da forma final?
Gravámos tudo ao vivo e foi muito divertido. Houve centenas de bandas que gostaríamos de ter colocado no álbum, mas tivemos de tomar decisões. Cada um de nós criou uma lista das músicas que nos inspiraram ou das quais gostamos imenso. Juntámo-nos, analisámos a lista e decidimos em conjunto. É, no entanto, garantido que cada membro dos Saxon tem a sua música favorita em “Inspirations”.
M.I. – Saxon tem sido uma daquelas bandas que têm marcado presença connosco há já tantos anos, que é difícil ignorar que foram uma extraordinária influência para outras bandas lendárias, como Metallica, por exemplo. Algumas destas bandas até lançaram covers de Saxon no passado. Agora é a vez de os Saxon lançarem um álbum de covers. É esta a vossa forma de prestarem homenagem a algumas das vossas bandas favoritas de sempre e de lhes agradecer pelo contributo que deram à música, em particular à música dos Saxon?
Todas estas músicas são épicas e fazem parte de álbuns épicos. Tentámos não escolher as mais óbvias. Não é tanto um tributo; é, na verdade, aquilo que crescemos a ouvir, são as músicas que nos inspiraram ou que tiveram uma grande influência sobre nós.
M.I. – Ora, para aqueles que possam não saber, vocês têm feito parte da indústria musical desde os anos 70. Alguma vez pensavam que poderiam lançar um álbum de covers durante um período tão problemático, no meio de uma pandemia? Diria que este lançamento também pode ser uma forma de amenizar a dor pela qual todos estão a passar e fazer com que se esqueça – nem que seja por um bocadinho – toda esta confusão em que o mundo se encontra atualmente?
Sim, o objetivo é que criar uma experiência divertida e, como disse anteriormente, tem sido muito difícil para nós (as bandas) não podermos sair para a estrada e atuar ao vivo.
M.I. – Relativamente aos espetáculos ao vivo, presumo que não haja grandes perspetivas, apesar do facto de já estarmos a receber os primeiros lotes das novas vacinas. Penso que o vosso último espetáculo tenha ocorrido no primeiro trimestre de 2020. Têm alguns planos de sair em digressão? Se sim, existe alguma possibilidade de vos podermos ver aqui em Portugal em breve?
Sim, o último espetáculo foi há um ano. Existem vários espetáculos a acontecer aqui no Reino Unido, mas não tenho 100% de certezas. No que respeita à Europa, poderão acontecer no próximo ano.
M.I. – Com uma carreira tão vasta e icónica, existem outros feitos que gostariam de alcançar? O que resta por conquistar para os Saxon?
Conquistar não é provavelmente o melhor termo; apenas gostaríamos de continuar pelo máximo de tempo possível, só isso.
M.I. – Atualmente, vemos novas bandas a surgir todos os dias. Acredita que as coisas são algo mais fácil nos dias que correm em comparação aos anos 70, por exemplo?
Não. Não diria que sejam mais fáceis. A divulgação pode ser mais rápida e imediata, porque na altura não existiam as redes sociais. Havia apenas uma carrinha e viajámos de concerto em concerto.
M.I. – Existe algum conselho que gostaria de partilhar com estas bandas?
Apenas que continuem a compor, a ensaiar e a divulgar a sua música; mantenham-se fiéis às vossas crenças.
M.I. – Depois de tantos anos, os Saxon continuam a surpreender-nos. A criatividade tem sempre fluido muito bem e a energia nunca deixa de deslumbrar os fãs. Qual é o vosso segredo para tamanha longevidade na indústria?
Tudo se resume a trabalho árduo e a manter a concentração ao máximo, a tentar continuar no topo e continuar a criar a nossa música.
M.I. – O que podemos esperar para o futuro dos Saxon? O que se segue?
Vou lançar um álbum com o meu filho Seb e o próximo álbum dos Saxon sairá no início do próximo ano.
M.I. – Tenho apenas mais duas perguntas. Sabe, lembro-me de que os Saxon eram cabeças de cartaz no Vagos Opean Air, em 2013. Infelizmente, o espetáculo foi cancelado. Eu estava no público especificamente para ver Saxon ao vivo pela primeira vez e incrivelmente empolgado. Lembra-se do que aconteceu?
Lamento, mas não me lembro do que aconteceu. Não cancelamos concertos sem motivos, mas não me consigo lembrar porquê.
M.I. – Existe algo que gostariam de dizer aos fãs portugueses que ansiosamente aguardam o vosso regresso aos nossos palcos logo que possível?
Sim! Portugal é um país deslumbrante com uma história incrível e adoramos visitar e atuar no vosso país.
M.I. – Muito bem, obrigado pelo tempo dispensado, foi uma enorme honra para nós. Espero que vos possamos ver nos palcos assim que o vírus tenha sido controlado. Continuem em força e parabéns por mais um grande álbum! Adeus!
Obrigado!
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Entrevista por João Guevara