Cvlt Ov The Svn é inspirado pelos Guns N 'Roses, AC / DC, Marilyn Manson, Queens Of The Stone Age, The Doors e Pantera e essas lendas aparecem no som de COTS, o que resulta em belas e intensas melodias adornadas por uma voz sexy e única. O enigmático frontman de COTS conversou com a Metal Imperium para falar sobre o seu próximo e muito aguardado álbum de estreia "We Are The Dragon".
M.I. - Como surgiu o nome Cvlt Ov The Svn e por que optaste por trocar algumas letras pela letra V? É uma alusão ao Black Metal?
Se bem me lembro, simplesmente me veio à cabeça. Gosto do som. Por algum motivo, desde muito jovem que me sinto atraído por assuntos ocultos. O V é uma combinação do latim e, como disseste, de black metal.
M.I. - Cvlt Ov The Svn definiu-se como «occult murder pop». Essa ainda é a melhor descrição para a banda em 2021?
Com certeza que é. E será até ao fim. Considerando o caminho sonoro de COTS, nada mudou desde o final de 2018.
M.I. - Em 2019 lançaste o EP “Luna in The Sky Forever”. Como foi recebido pelos fãs em geral e pelos média?
Acho que foi muito bem recebido, considerando que foi o primeiro lançamento. "The Pit" ainda está em rotação na rádio Kerrang! e "Luna In The Sky Forever" foi uma das três músicas mais populares na rádio WSOU (EUA) em 2019. Parece que as pessoas gostaram e desejam mais e mais.
M.I. - Quais são as semelhanças / diferenças entre o EP e o álbum de estreia “We Are The Dragon”?
O álbum é uma espécie de continuum do EP, pois todas as quatro músicas podem ser encontradas no álbum também. Eu tendo a ver cada música como uma obra de arte única separada uma da outra, mas a atmosfera permanece a mesma durante o álbum. A mesma coisa pode ser dita sobre o EP.
M.I. – O teu álbum de estreia será lançado num momento estranho para o mundo. O processo de gravação foi afetado de alguma forma?
Estamos realmente em tempos estranhos. Comecei a escrever e a pré-produzir essas canções há 4/5 anos, por isso a situação atual não afetou a produção do álbum de estreia. Durante o ano passado, não tive nada além de tempo para escrever toneladas de material novo que me deu muito jeito no final.
M.I. - Quando o EP foi lançado, mencionaste que tinhas muito material pronto. Alguma das faixas do álbum de estreia é desse período ou escreveste mais coisas?
São. Eu já tinha o álbum praticamente escrito na época em que o EP foi lançado, portanto foi uma longa espera para mim. Leva muito tempo para configurar tudo para o lançamento. Espero lançar o segundo álbum um pouco mais rápido.
M.I. - O enigmático frontman de Cvlt Ov The Svn começou a escrever músicas como terapia e isso resultou nesta banda... escrever letras ainda funciona como terapia para ti?
Acho que se pode dizer isso. Parte do processo de escrita é enfrentar os meus próprios demónios, por isso, nesse sentido, ainda é. Como não estou a escrever na minha língua nativa, também estou a tentar superar-me à medida que avanço.
M.I. – Uma vez disseste que as tuas letras são “...uma mistura da minha história de vida e imaginação sem limites. Os temas de terror obviamente estão lá com influência Lovecraftiana. É quase como se cada história fosse contada por uma entidade demoníaca diferente.” Que tópicos gostas de abordar?
É tudo uma questão de extremos para mim. De modo geral, acho que COTS retrata a negatividade da maneira que sou capaz de entendê-la. Alguns dos temas obviamente flertam com o arquétipo do Diabo, mas para mim não é satânico na sua natureza.
M.I. - Estás cercado por uma aura misteriosa... achas que isso atrai mais ouvintes? Como criaste esta imagem?
Aconteceu naturalmente. No mundo de hoje, com todas as plataformas de redes sociais, tudo é servido numa bandeja de prata diariamente, o que diminui drasticamente o mistério do rock n 'roll. Não sei se ganho ouvintes ou não. Simplesmente encaixa melhor comigo.
M.I. – A tua voz é bastante única e sexy... tiveste aulas para que soasse assim ou sai assim naturalmente?
Obrigada. Não tive aulas nenhumas. Demorou algum tempo para acertar a voz sem destruir as minhas cordas vocais. Hoje em dia, vem sem esforço.
M.I. – Esta é uma “one-man band” mas tens músicos talentosos que se juntam a ti em palco. Por que optaste por formar uma banda assim? É mais fácil para controlar todo o processo? Não é um fardo extra para os teus ombros?
O principal motivo é que não preciso de fazer concessões. Quando estou numa banda, há mais brigas internas sobre tudo e estou cansado dessa merda. É um fardo maior com certeza, mas eu gosto assim. Estou no meu auge sob pressão.
M.I. - “Quando comecei a compor a música, pensei que deveria haver uma ligação entre melodias pop e letras intensas. A máscara era o elo. Eu desmascaro-me no novo vídeo, e foi uma mudança consciente. A máscara agora está profundamente enterrada e nunca mais verá a luz do dia.” Costumavas usar uma máscara que agora "enterraste" ... por que a usaste e por que optaste por a enterrar agora?
No começo achei que seria um pouco mais fácil contar estas histórias através de outra identidade. Depois de um tempo, ficou óbvio que é mais importante ser eu mesmo do que me esconder atrás de uma máscara.
M.I. – Os Guns N ’Roses, AC / DC, Marilyn Manson, Queens of the Stone Age, The Doors, Pantera são algumas das tuas inspirações. Gostos muito diversificados. Achas que a música deve ser o mais diversa possível para ser “mais rica”? Tocar sempre um determinado género pode “diminuir” a criatividade?
Esse é o meu caso. Eu fico entediado facilmente. Combinar vários géneros dá-me a liberdade de fazer o que quiser sonoramente, o que na minha mente é extremamente importante.
M.I. - Uma vez disseste que queres alcançar o melhor de ti em todos os aspetos. És perfeccionista? Achas que é possível alcançar a perfeição? Sentes-te frustrado quando tal não acontece?
De certo modo, sim. E nisso está o doce paradoxo do que não pode ser alcançado, mas ao mesmo tempo me faz continuar. E sim, às vezes fico muito frustrado, mas é uma parte necessária da composição, na minha opinião.
M.I. - Em termos de tocar ao vivo, há uma sensação de magia e conexão assim que o ato começa a funcionar. “De certa forma, estou a divertir-me com as letras e os riffs enquanto escrevo a música. Ao tocá-lo ao vivo, a minha persona é muito mais intensa e agressiva enquanto escrevo. Mas existem semelhanças entre os dois, obviamente.” Quanto sentes falta de andar em tournée? Estás ansioso para que as coisas voltem ao normal?
Acho que se trata de adaptação às circunstâncias, sejam elas quais forem. Se o mundo se abrir, estou mais do que feliz em andar em tournée. Se a situação continuar assim, então lançarei mais álbuns. Acho que é óbvio que seria melhor para todos se as coisas se resolvessem.
M.I. - Partilha uma mensagem final com os leitores da Metal Imperium, por favor.
Confiem em vocês mesmos e ouçam COTS. Depois disso, podem ouvir mais COTS. Tenham um bom dia. XXX
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Entrevista por Sónia Fonseca