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Moonspell - “Hermitage” Review

 

Confesso que estava com uma enorme curiosidade em ouvir este novo trabalho dos Moonspell. Este novo tema a ser apresentado, “All or Nothing”, teve o condão de assustar algumas almas e a questão impunha-se: «Será esta a toada do álbum?».

Este “Hermitage” é o décimo terceiro álbum da banda e para além de estar a ser lançado quando os Moonspell se preparam para comemorar os seus trinta anos de existência, carrega ainda a pesada cruz de ter de suceder a um trabalho que, para muitos, é uma obra prima. Eu sou dos que pensa dessa forma, pois “1755” atingiu um patamar de excelência que, por si só, pode pulverizar tudo o que não se aproxime devidamente dos níveis de qualidade nele apresentados.

O que podemos encontrar então neste “Hermitage”? A resposta talvez seja: Simplicidade. Sim, não encontramos nada nele de muito complicado ou demasiado elaborado. Os temas são assim mesmo, simples e diretos, com uns Moonspell maduros a quererem desta vez, seguir por esse caminho, algo a terra a terra. Segundo as afirmações de Fernando Ribeiro, as músicas deste álbum refletem o estado de espírito atual dos elementos da banda.

Nada que espante aqueles que conhecem os Moonspell e toda a sua carreira. Afinal, quantas vezes já ouvimos este tipo de comentários acerca da sonoridade de um novo álbum, por ela ser diferente? Eles fazem-no frequentemente, nós é que não no habituamos. Risco? Não há risco nenhum, eles sabem bem o que estão a fazer.

“All or Nothing” pode não ser um tema pujante, mas temos outros bastante fortes neste trabalho, como é o caso de “The Greater Good”, com que inicia este “Hermitage” e também “Common Prayers”, a faixa seguinte. Não se iludam aqueles que são apreciadores da sonoridade mais agressiva dos Moonspell, ela está presente. Apesar de o tema “All or Nothing” poder ter surpreendido pela sua suavidade, encontramos guturais em temas como “Apoptheghmata” e no já referido “The Greater Good”, por exemplo. “Hermitage” está assim equilibrado, pronto a poder agradar a todos os fãs da banda e até a conquistar novos. Os fantásticos solos de guitarra de Ricardo Amorim continuam a encantar e temos ainda dois temas instrumentais de enorme qualidade neste novo trabalho.

Resumindo, “Hermitage” é bastante dark, composto por dez novos temas que podemos apelidar de metal gótico. Será colocado à venda a partir do próximo dia 26 de fevereiro, via Napalm Records e foi produzido no Reino Unido por Jaime Gomez Arellano, que já trabalhou com os Primordial, Sólstafir e Paradise Lost, por exemplo. Poderá soar-vos ligeiramente diferente, mas vai soar-vos bem, pois é um bom álbum. A alcateia pode estar tranquila.

Nota: 8.7/10

Review por António Rodrigues